Primeira noite de Strauss-Kahn nas “Tumbas”
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-05-17
SUMÁRIO: Dominique Strauss-Kahn, o director do Fundo Monetário Internacional afastado do cargo após ter sido acusado de tentativa de violação, passou esta primeira noite de detenção após ser-lhe negada fiança, de ontem para hoje, no centro prisional de Rikers Island, Nova Iorque, uma das maiores e mais duras prisões norte-americanas, conhecida como “As Tumbas”.
TEXTO: O economista francês, que uma empregada de hotel nova-iorquina acusa de a ter agredido sexualmente e tentado violar, no fim-de-semana, foi transferido ontem do centro de detenção ligado ao Tribunal Criminal de Manhattan, onde viu ser-lhe negado o pedido para aguardar julgamento em liberdade sob fiança pela juíza Melissa Jackson. Homem habituado aos luxos das suites de hotel e viagens de avião em primeira classe, Strauss-Khan vai ficar, pelo menos até ao final de Maio, numa cela de três por quarto metros de uma das prisões do complexo prisional localizado numa ilhota do East River, isolada de tudo e apenas com uma ligação rodoviária, por ponte, que desemboca em Queens. Esta é a mesma prisão onde se encontra detido, até à pronúncia de sentença, o modelo português Renato Seabra, acusado do homicídio do colunista Carlos Castro. A próxima audiência de Strauss-Khan em tribunal está marcada para sexta-feira, devendo o suspeito permanecer em Rikers Island sem contacto com o resto da população prisional, por ser considerado um "detido importante", avança a CNN, citando porta-voz do Departamento Prisional de Nova Iorque. DSK já terá visto à distância as enormes “Tumbas” várias vezes – em filmes como “Scarface” e séries de televisão como “Lei e Ordem” e documentários sobre a população prisional dos Estados Unidos. Criado em 1884, é um dos complexos prisionais mais conhecidos no país e também o maior, que alberga a maior e muita da mais violenta população prisional norte-americana, oriunda dos mais duros gangues criminosos, entre os quais são frequentes os actos de lutas e vinganças mesmo ali, dentro dos muros das prisões. Com as suas dez prisões em 1, 68 quilómetros quadrados, é uma verdadeira cidade de mais de 20 mil pessoas – incluindo mais de 14 mil presos, e ainda funcionários e familiares – num espaço onde também se localizam supermercados, padarias, uma lavandaria, um cabeleireiro, ginásios, igrejas e mesquitas, clínicas médicas e mesmo uma escola. “As Tumbas” são “duras, barulhentas e perigosas”, descreve ao diário “The Guardian” o advogado norte-americano Gerald Lefcourt, referindo-se tanto ao complexo prisional do East River como ao centro de detenção do tribunal de Manhattan, onde Strauss-Khan passou as noites de sábado para domingo e domingo para segunda. “É uma prisão sobrelotada e a comida é horrível. E um dos maiores perigos ali é que as pessoas famosas são prontamente perseguidas”. Apesar do desaire em não obter o aval da juíza para que o economista aguardasse julgamento em liberdade, os advogados de Strauss-Kahn expressaram ainda ontem convicção na defesa: "A luta só agora começou. Cremos que este é um caso muito defensável", afirmou em tom confiante Benjamin Brafman. Strauss-Khan é acusado em dois crimes de acto sexual criminoso de primeiro grau, um de tentativa de violação de primeiro grau, uma de abuso sexual de primeiro grau, e uma de sequestro ilegal de segundo grau, uma de imposição física forçada e ainda uma de abuso sexual de terceiro grau. Só a primeira ofensa criminal, que constitui um delito grave de natureza violenta, acarreta uma pena máxima de 25 anos de prisão. Segmento de um documentário da NBC sobre Rikers IslandNotícia actualizada e corrigida às 11h15
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei escola homicídio tribunal prisão homem violação sexual abuso ilegal