Pressão aumenta na Europa para Strauss-Kahn sair do FMI
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-18
SUMÁRIO: A pressão para Dominique Strauss-Kahn se demitir de director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) subiu hoje de tom, com duas ministras das Finanças europeias a marcarem posição em relação à tentativa de violação de que o economista francês é acusado.
TEXTO: A ministra austríaca das Finanças, Maria Fekter, disse que DSK – como é conhecido em França Strauss-Kahn – tem de “reflectir, ele mesmo, sobre os danos que causa à instituição [que dirige]”, razão pela qual deve considerar a sua posição no FMI. À margem da reunião de ministros das Finanças europeus em Bruxelas, a homóloga espanhola, Elena Salgado, não pediu com todas as letras a demissão de Strauss-Kahn, mas mostrou solidariedade para com a empregada do hotel onde DSK estava hospedado em Nova-Iorque, que o acusa de agressão sexual e tentativa de violação. “Os crimes de que [DSK] é acusado são de uma gravidade enorme”, disse, citada pela agência AFP. “A solidariedade, pelo menos da minha parte, é para com a mulher que sofreu uma agressão, se foi o caso [de ter ocorrido]”, acrescentou. Mais cauteloso nas declarações foi o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, que, na senda da especulação sobre a sucessão de Strauss Kahn (director-geral do FMI desde 2007), recusou comentar o caso. Segundo a agência Reuters, Pequim apenas quis dizer que a escolha de qualquer líder do FMI deve ser baseada na “equidade, na transparência e no mérito”. No Palácio do Eliseu, Nicolas Sarkozy, não se pronunciou sobre o caso, mas, em privado, o presidente francês terá dito que o escândalo arruinou parte do Partido Socialista, do qual DSK era apontado como putativo candidato às presidenciais do próximo ano. Escreve o diário Le Monde que Sarkozy diz que o PS perdeu a batalha moral para a campanha presidencial de 2012. De Tunes, o ministro francês do Interior, Claude Guéant, disse depois que, a confirmar-se a condenação de DSK pelos crimes de que é acusado, é a imagem da própria França que será afectada. Strauss-Kahn vai ficar em prisão preventiva, pelo menos até final de Maio, no complexo prisional de East River, em Nova Iorque, e desde que foi detido, no fim-de-semana, a liderança do FMI foi assumida interinamente pelo seu número dois, o norte-americano John Lipsky. O debate à sucessão recomeçou de imediato: por um lado, ganhou força na imprensa internacional a ideia de que, desta vez, a liderança do FMI pode ir para um responsável de um país emergente; por outro, a Europa pode voltar atrás no que disse quando DSK assumiu a pasta e pressionar de novo para que um vá um dos seus para Washington. O FMI deu, entretanto, a garantia de que DSK não beneficia de qualquer tipo de imunidade no processo judicial. Ela existe para funcionários internacionais da instituição, mas não se aplica neste caso, segundo explicou em comunicado o porta-voz do FMI, William Murray – os estatutos apenas permitem que a imunidade seja evocada perante “actos cometidos no exercício oficial” de funções. Notícia actualizada às 19h39
REFERÊNCIAS:
Partidos PS