Obama começa périplo europeu com visita à localidade de antepassado irlandês
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DATA: 2011-05-23
SUMÁRIO: O Presidente norte-americano começa hoje uma visita à Europa de seis dias que o levará a quatro países (e onde encaixará uma cimeira do G8) num tom mais pessoal: Barack Obama, que recentemente mostrou a certidão de nascimento para dissipar dúvidas sobre a sua nacionalidade, vai visitar uma localidade irlandesa de onde o tetravô da sua mãe partiu em 1850 para a América.
TEXTO: A cidade de Moneygall pintou-se de novo e até abriu “um café Obama” em antecipação à visita presidencial, que poderá incluir uma visita a parentes remotos e ida a um pub. Depois da visita à Irlanda, um país com uma ligação forte com os EUA em especial por causa da imigração, segue-se o país da “relação especial”, o Reino Unido, onde Obama terá uma recepção mais informal do primeiro-ministro — David Cameron pensou num churrasco — e toda a pompa de uma recepção dada pela rainha, incluindo uma noite em Buckingham. Obama fará ainda um discurso sobre as relações transatlânticas em Westminster — uma estreia de um Presidente americano num palco que, nota o historiador Timothy Garton Ash, desde 1945 só recebeu três dignitários estrangeiros: Charles de Gaulle, Nelson Mandela e o Papa Bento XVI. Este discurso deverá falar sobre o estado da relação entre os EUA e não só o Reino Unido, mas também o resto da Europa. A relação transatlântica foi marcada por uma euforia inicial, reacção à eleição de Obama em 2008, a que se seguiram alguns desapontamentos mútuos, incluindo no modo contrário como os EUA e Europa reagiram à crise: os EUA com programas de investimento, a Europa com cortes. Os europeus questionam frequentemente o estado da relação transatlântica, temendo que Obama olhe mais para a Ásia do que para a Europa. Mas a importância e o bom estado das relações foi recentemente mostrado pelo caso da Líbia, defendeu François Lafond, director do German Marshall Fund para a Europa, num colóquio organizado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) em Lisboa. “A Administração Obama está a fazer muito para que os europeus vejam que dá importância à relação transatlântica”, afi rmou. “E vimos isto no caso da Líbia — os Estados Unidos estão lá em consequência dos fortes pedidos da França e do Reino Unido. A Líbia não é assim tão estratégica para os EUA. ”O périplo europeu de Obama passa ainda por França, com a cimeira do G8 dominada pelo afastamento de Dominique-Strauss Kahn do FMI e por pedidos dos EUA de mais apoio financeiro aos países árabes que tiveram revoltas. A visita termina na Polónia, onde se mistura a experiência pós-comunista como exemplo para o caminho dos países árabes pós-revolução e alguma desconfiança do Leste a um novo entendimento entre Washington e Moscovo.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA FMI