Governo grego sob pressão para aprovar pacote de austeridade que facilite nova ajuda externa
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 3 | Sentimento 0.003
DATA: 2011-05-24
SUMÁRIO: À porta do Parlamento grego, onde o Governo liderado por George Papandreou procura um entendimento em redor as novas medidas de austeridade, está instalado um movimento cívico que defende o afastamento dos políticos da gestão do país. Chama-se 300 gregos, porque foi fundado por 300 homens e mulheres afectados, das mais diversas formas, pela crise que abala a Grécia.
TEXTO: Pedem um referendo alargado, mais poder de decisão para a população. Mas hoje, tal como há um ano, serão os partidos com assento parlamentar a decidir. O PASOK, partido socialista no Governo desde 2009, está agora reunido com a oposição. E tentará chegar ao final do dia com um consenso sobre o novo plano de austeridade. Um objectivo crítico, já que dele depende a vinda da quinta tranche de um empréstimo de 110 mil milhões de euros, acordado com a União Europeia (UE) e o FMI. Estão em causa 12 mil milhões de euros, com entrega agendada para Junho, mas comprometidos pelas dificuldades que a Grécia tem revelado em cumprir as prometidas reformas estruturais. Ontem, George Papandreou, o primeiro-ministro grego, convocou um Conselho de Ministros extraordinário para ultimar o pacote de austeridade, que tem como principal meta alcançar um défice de 7, 4 por cento em 2011 e que prevê a "venda imediata" de participações do Estado na empresa de telecomunicações OTE, na banca postal, e nos portos do Pireu, perto de Atenas e de Salonica. Inclui também novos cortes salariais na função pública e nas pensões e aumento de impostos. Hoje, o executivo terá de convencer o Parlamento, nomeadamente o maior partido da oposição, a assinar por bai- xo. A Nova Democracia, partido conservador, já garantiu, no entanto, que não vai apoiar as novas medidas, considerando-as "políticas erradas e bloqueadoras" do crescimento. De acordo com a imprensa local, as reformas que estão a ser ponderadas, e que, de acordo com o PASOK, vão permitir arrecadar mais seis mil milhões de euros. Medidas que surgem como resposta à pressão dos credores e das autoridades externas que garantiram o financiamento ao país. Ontem, Olli Rehn, comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, incitou Atenas a redobrar os esforços em matéria fiscal e a acelerar as privatizações, cujas receitas totais estão estimadas em 50 mil milhões de euros. "São questões urgentes", afirmou. Também o presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, revelou, numa entrevista ao Der Spiegel, que os responsáveis gregos foram confrontados "de forma muito directa" com o facto de o Governo não estar a cumprir algumas das metas acordadas. No entanto, Juncker rejeitou que o país esteja numa situação de incumprimento, baseando-se em informação de "peritos experientes" da UE e do FMI. Porém, o esforço conjunto a que o presidente do Eurogrupo se referiu poderá não ter eco no Parlamento grego, uma vez que, além da Nova Democracia, a maioria dos partidos da oposição já garantiu um não ao novo plano de austeridade. O partido comunista recusou-se, inclusivamente, a reunir-se com o Governo. Para o embaixador de Portugal em Atenas, Alfredo Duarte Costa, "vai ser bastante difícil haver acordo porque há divergências muito significativas". E, sem este entendimento, a reestruturação da dívida poderá tornar-se inevitável. A jornalista viajou a convite da TAP
REFERÊNCIAS:
Entidades UE FMI