Ministério Público fala de “frustração e angústia” no caso Rui Pedro
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DATA: 2011-05-27
SUMÁRIO: Vai ser necessário esperar ainda até ao próximo dia 6 de Junho para se saber se será ou não levado a julgamento o caso Rui Pedro, o menor de Lousada que desapareceu no início de Março de 1998.
TEXTO: Hoje, durante o debate instrutório, o procurador do Ministério Público defendeu a acusação por rapto qualificado mas lembrou os sentimentos de “frustração e angústia” daqueles que trabalharam no processo, uma vez que não foram encontradas pistas quanto ao paradeiro da criança. “Custa-me ver as investigações serem encerradas sem conclusões quanto ao paradeiro do Rui Pedro”, afirmou, frisando que desde a primeira hora a prioridade das investigações era encontrar a criança. Mais afirmativo foi, no entanto, o advogado da família de Rui Pedro, Ricardo Sá Fernandes, defendendo que o arguido seja levado a julgamento. Considerando que a prova da acusação pública é “sólida e coerente” e baseada em dezenas de testemunhos, destacou os depoimentos, dias depois do desaparecimento, de cinco crianças que dizem ter visto naquele dia o arguido com Rui Pedro. Ricardo Sá Fernandes entende que os testemunhos recolhidos durante a investigação “permitem reconstituir o momento inicial e obtêm a fotografia praticamente perfeita daqueles dias”. “Sabemos o que aconteceu e o país espera que assuma o acto”, concluiu o advogado, dirigindo-se ao arguido, um motorista amigo da família de Rui Pedro e que na altura tinha 21 anos. Opinião bem diferente manifestou o advogado de defesa, Paulo Gomes, sustentando ser inútil que o processo evolua, já que a acusação “se baseia em provas ténues” e o desfecho mais provável seria a absolvição. Apontando para “contradições e discrepâncias” de horários nos depoimentos das crianças, o jurista questionou a razão pela qual a primeira equipa da Polícia Judiciária e os sucessivos procuradores não tenham valorizado os depoimentos das crianças e agora, 13 anos depois, o Ministério Público se baseie nesses testemunhos para deduzir acusação. A acusação foi deduzida em 11 de Fevereiro deste ano, quase 13 anos após o desaparecimento da criança, então com 11 anos. O arguido é acusado de rapto qualificado por ter, alegadamente, conduzido o menor para um encontro sexual com prostitutas, na zona da Lustosa, no concelho de Lousada.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave criança sexual desaparecimento rapto