“Então não sabem o que é que assinaram?”, pergunta Louçã sobre acordo com a troika
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-05-28
SUMÁRIO: O coordenador do BE, Francisco Louçã, perguntou esta sexta-feira a José Sócrates, Passos Coelho e Paulo Portas se estes “não sabem o que é que assinaram”, reagindo às diferenças entre a versão preliminar e final do acordo de ajuda externa.
TEXTO: O Ministério das Finanças confirmou que existem "ajustamentos pontuais" entre a versão preliminar do texto e a versão final do acordo, apresentado no Ecofin a 17 de Maio. No discurso do comício desta noite, em Leiria, Francisco Louçã afirmou que “hoje à noite, de repente, aquele contrato, que é tão a sério, parece que ninguém o conhece”. “Se alguém chegasse a Portugal agora para uma visita - um emigrante que venha da Suíça à sua terra – até pode suspeitar que a troika é um grupo de rock que vem cantar para o Festival da Zambujeira do Mar”, ironizou. O líder do Bloco de Esquerda relatou que se ouviu “o Dr. Passos Coelho, o Dr. Paulo Portas e até o Eng. Sócrates a dar umas explicações”. “Afinal há um documento e há outro documento. Eles não são bem iguais. Não sabemos bem de que se trata um e outro. E eu quero perguntar: então não sabem o que é que assinaram?”, questionou. Louçã foi mais longe: “será que a campanha tem mesmo que recomeçar de novo, vamos voltar aos debates para que eles, uma vez, nos possam falar daquilo que assinaram?”. O cabeça de lista do BE por Lisboa explicou que “o documento que foi traduzido para português tem uma versão de 3 de Maio e uma versão de 17 de Maio e as duas não são exactamente iguais”. “O que é espantoso é que, de dia 17 de Maio até agora, passaram quase duas semanas e os partidos que assinaram, para que Portugal se comprometesse e ficasse agarrado àquela proposta, vêm agora com cara de caso dizer: não, não! Nós não conhecemos bem o texto”, continuou em tom irónico. E Louçã avisou que os líderes dos três partidos que assinaram o acordo com a troika “vão fingir que não é nada com eles”. “Põem a sua cara de missa do sétimo dia para acabar com o direito dos trabalhadores a uma indemnização justa pelo despedimento, querem arrastar o país para acabar com o apoio aos desempregados, querem facilitar os despedimentos”, criticou.
REFERÊNCIAS: