General egípcio admite testes de virgindade a manifestantes
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.050
DATA: 2011-05-31
SUMÁRIO: Um general egípcio admitiu que foram feitos “testes de virgindade” a mulheres detidas durante as manifestações de Março – e defendeu mesmo a prática dizendo que se destinava a evitar que as manifestantes dissessem, mais tarde, que tinham sido violadas pelos militares.
TEXTO: A declaração foi feita por um general sob anonimato, mas marca a primeira vez que um militar diz que estes testes foram realizados. Os militares negaram sempre esta prática. A Amnistia Internacional tinha alertado para os maus tratos a que tinham sido submetidas as mulheres que se tinham manifestado às mãos dos militares: choques eléctricos, espancamentos, revistas sem roupa, ameaçadas com acusações de prostituição e forçadas a submeterem-se a um teste de virgindade. “Estas raparigas não eram como a sua filha ou a minha”, disse, citado pela CNN. “Estas eram raparigas que estavam acampadas com rapazes na praça Tahrir, em tendas com cocktails Molotov e drogas”, afirmou. “Não queríamos que dissessem que as tínhamos atacado sexualmente ou violado, por isso queríamos provar que já não eram virgens”, argumentou. “Nenhuma era. ”“Queriam-nos fazer sentir que não tínhamos dignidade”Uma das vítimas nomeadas no relatório da Amnistia Internacional contou à estação norte-americana CNN o que aconteceu depois de soldados fardados a terem levado para o museu na praça Tahrir. Amarraram-na, obrigaram-na a ficar no chão, bateram-lhe, deram-lhe choques, chamara-lhe prostituta. “Queriam ensinar-nos uma lição”; disse Salwa Hosseini, uma cabeleireira de 20 anos, que nesse dia de Março foi detida. “Queriam-nos fazer sentir que não tínhamos dignidade. ”Os maus tratos continuaram e Hosseini, junto com várias outras das 16 detidas foram sujeitas a testes de virgindade. “Não concordámos que o teste fosse levado a cabo por um médico”, sublinha, mas a ameaça de mais choques eléctricos foi suficiente para os aceitar. “Estava à beira de um ataque de nervos na altura”, lembra. “Não havia ninguém, excepto a mulher e o médico homem. Mas havia vários soldados atrás de nós a observar. ”
REFERÊNCIAS:
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