Dados da OMS levantam a hipótese de contágio da E. coli de pessoa para pessoa
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-06-05
SUMÁRIO: Os dados da Organização Mundial de Saúde sobre o surto de E. coli na Europa levantam, pela primeira vez, a possibilidade de poder haver transmissão directa de humano para humano. Isto porque há um caso em que uma pessoa que esteve na Alemanha e ficou infectada poderá ter contagiado outra que não viajou.
TEXTO: Tendo revelado a existência deste caso, a OMS não deu mais dados sobre estes doentes — nem sobre o seu estado de saúde nem sobre a nacionalidade. Há duas formas possíveis de a bactéria passar de um ser humano para outro. Ou o indivíduo infectado passou o agente patológico a alimentos que a outra pessoa comeu, ou transmitiu a bactéria através da pele (mãos mal lavadas). Estes doentes podem ser fundamentais para médicos e cientistas começarem a ter pistas sobre a forma de transmissão da bactéria. Outros dois casos registados, e relatados pelo jornal espanhol "El País", podem também dar pistas sobre a origem da bactéria. Nenhum dos indivíduos esteve na Alemanha ou contactou com alguém que lá tivesse estado. Mas estes dois casos ainda não estão confirmados. A fonte da contaminação, essa, continua. Segundo as agências noticiosas, as autoridades alemãs estão a fazer uma investigação minuciosa ao percurso dos doentes — onde estiveram, quem encontraram e, sobretudo, onde e o que comeram — para verificarem se há pontos de contacto entre todos os afectados. Um restaurante em particular concentrou a atenção dos cientistas e autoridades sanitárias, na cidade portuária de Lübeck, no Mar Báltico, pois muitas das pessoas que ficaram doentes comeram ali. Mas as investigações não levaram a nada, e o estabelecimento deixou de estar sob suspeita, adianta a Reuters. Segundo a OMS, a doença matou já 18 pessoas na Alemanha, onde há mais de 1700 infectados, 71 por cento dos casos mulheres. O epicentro do surto é a cidade portuária de Hamburgo. Hoje, os Estados Unidos anunciaram que dois militares seus estacionados na Alemanha podem estar infectados. Na Suécia já morreu uma pessoa e há casos em mais 11 países: Áustria, República Checa, França, Noruega, Espanha, Holanda, Suécia, Suíça, Reino Unido, Polónia (diagnosticados hoje) e EUA. A bactéria responsável pela doença é uma variante da Escherichia coli — incorporou genes estirpe de E. coli, tornando-se mais agressiva. Aloja-se nos intestinos, provocando diarreia e hemorragias intestinais, mas pode também causar danos nos rins, que podem ser irreversíveis e potencialmente fatal. A OMS recomenda que não se comam vegetais e legumes crus (mesmo os biológicos) ou carne mal passada, seja qual for o animal. A boa notícia: segundo o Centro de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário de Friburgo, citado pela Reuters, na Alemanha, um tipo de antibióticos, os carbapenemos, está a revelar-se capaz de controlar alguns aspectos da bactéria. Uma das complexidades no tratamento é a bactéria defender-se segregando cada vez mais toxinas Shiga (que destroem as células que revestem os vasos sanguíneos) quando é atacada por medicamentos antibióticos. Esta nova variante que se conhece da bactéria é resistente, pelo menos, a oito tipos de antibióticos, segundo um comunicado publicado pelo Instituto Genético de Pequim. Segundo a revista Nature, os hospitais alemães estão também a utilizar um tratamento experimental, com um anticorpo monoclonal, além de usaram transfusões de sangue. Hoje, os médicos alemães alertaram para a possibilidade de as reservas de sangue acabarem e apelaram às doações para garantir os tratamentos aos infectados. “Precisamos de sangue. Temos de repor as reservas”, disse à BBC o médico responsável pelo serviço de doadores de sangue de Hamburgo, Lutz Schmidt.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA OMS