Universidades abrem portas aos mais novos para atrair talentos
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DATA: 2011-06-05
SUMÁRIO: Com as férias escolares à porta, alunos do básico e secundário são convidados a descobrir o que os espera no ensino superior. Universidade Técnica junta-se às que já têm esta iniciativa.
TEXTO: Para a maior parte dos alunos do básico e do secundário, ainda é cedo para se candidatarem às instituições de ensino superior. Mas, para as universidades, está na hora de descobrirem e, principalmente, de tentarem fidelizar os melhores. Este ano, é a Universidade Técnica de Lisboa (UTL) que se junta ao grupo das que organizam programas científicos de Verão, através dos quais disputam os melhores alunos. O Verão na Técnica segue o modelo da Universidade do Porto, que já provou que esta é uma forma de "captar talentos". "Vem descobrir como tratar o teu animal de estimação ou como se produz aquilo que comes ou ainda como criar e gerir a tua fortuna pessoal! Vem ver como se constroem edifícios e pontes, fazer robots ou lançar foguetes!", convida o reitor da UTL, Fernando Ramôa Ribeiro. O desafio faz parte da nota de apresentação da iniciativa Verão da Técnica, aberta a um total de mil alunos dos 10. º e 11. º anos, entre 4 e 15 de Julho (e que pode ser consultada na Internet, em http://www. tecnicajovem. utl. pt ). Do ponto de vista dos estudantes, a inscrição (para o programa de uma semana) pode não parecer barata - são 75 euros sem alojamento e 150 para os que ficarem instalados na Academia Militar de Lisboa. Mas Ramôa Ribeiro assegura que as despesas são "muito superiores" e que a organização, que implica o empenho de muitos professores e investigadores, é considerada "um investimento". "Não vamos ter em conta as médias. Pelo menos nesta primeira edição, a inscrição é aceite segundo a ordem de chegada das candidaturas. Mas não temos dúvidas de que há uma auto-selecção, quando alunos de 16 ou 17 anos são convidados a passar uma semana de férias em salas de aula", diz. Lazer e ciênciaApesar de o programa incluir actividades lúdicas e de lazer, a componente científica é privilegiada. O reitor não esconde que pretende captar "não só os melhores, mas os melhores de todo o país", promovendo "a UTL como instituição de referência num momento em que as dificuldades económicas levam as famílias a basear no critério da localização geográfica a escolha da universidade". Os rankings, que se multiplicam nas mais diferentes áreas, e a promoção de uma imagem de prestígio, sublinha ainda o reitor, "exigem alunos que se destaquem, com capacidade para se tornarem, no futuro, produtores de conhecimento", considera. Para organizar o Verão da Técnica, a UTL inspirou-se na Universidade Júnior do Porto (http://universidadejunior. up. pt), que já foi apresentada como modelo na European Children"s Universities Network (EUCU. Net), uma rede de universidades promotoras de programas de educação científica. Com protocolos com cerca de cem câmaras municipais, a UP recebe anualmente, no Verão, cinco mil alunos dos 11 aos 17 anos, oriundos de todos os pontos do país. O vice-reitor da UP, que coordena o projecto, António Teixeira Marques, realça que, com o investimento anual de meio milhão de euros nesta iniciativa, a instituição cumpre a sua responsabilidade de divulgação da ciência. Ainda assim, há dados que provam que há algum retorno: cerca de 20 por cento dos jovens que, em anos anteriores, participaram na Universidade Júnior, colocaram cursos da UP como primeira opção quando se candidataram ao ensino superior na primeira fase, em 2010. Procura superior à ofertaO problema, sublinha Teixeira Marques, não é a falta de alunos. Tal como noutras universidades com projectos semelhantes, na UP a procura é superior à oferta. O desafio, como diz o responsável, é que as vagas sejam ocupadas "por jovens com talento, que formem a elite que desenvolverá o país". As bolsas (que são possíveis graças às parcerias com as câmaras) garantem, entretanto, que os melhores não deixam de participar na Universidade Júnior devido a dificuldades financeiras.
REFERÊNCIAS: