Perguntas e respostas II: o que é preciso saber sobre a bactéria E. coli
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 2 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-06-06
SUMÁRIO: Segunda série de perguntas e respostas. Ver a primeira série aqui.
TEXTO: O que se sabe actualmente sobre a bactéria responsável pelo surto?Nos últimos dias, os genes da estirpe da bactéria Escherichia coli responsável pela doença foram descodificados por cientistas alemães e chineses. Os primeiros resultados mostram que a bactéria é inédita e resultou do cruzamento de duas estirpes de E. coli já conhecidas. Não se trata, portanto, de uma mutação espontânea numa estirpe, como se chegou a pensar, mas de uma troca de genes entre duas estirpes afastadas. Uma das estirpes “progenitoras” é a E. coli enterohemorrágica (EHEC) O104:H4 de que já se fala há uns dias. Mas 93 por cento do genoma deste novo híbrido é idêntico ao de uma outra categoria de E. coli, dita entero-agregante (EAEC). Esta segunda “progenitora” já fora detectada na República Centro-Africana e é conhecida por provocar diarreias graves. Ao contrário das EHEC, que infectam animais e humanos, as EAEC só foram detectadas em pessoas. Segundo um especialista citado pela revista New Scientist, as EAEC são mais resistentes do que as outras E. coli, o que poderá explicar a virulência do novo microrganismo. Para que serve conhecer o genoma da bactéria?Primeiro, para desenvolver um teste que permita identificar rapidamente os casos de doença, o que já está em curso. Mais geralmente, para estudar em pormenor a virulência da bactéria — e, eventualmente, descobrir os seus pontos fracos e conseguir prevenir ou tratar a infecção. Já se conhece o “culpado” pelo surto actual?Não. Sabe-se que a infecção surgiu na Alemanha, uma vez que nos 13 países onde já se registaram casos a esmagadora maioria (todos menos dois) dos doentes tinham estado na Alemanha nas semanas anteriores. Mas o alimento em causa ainda não foi identificado e há quem diga que talvez nunca o venha a ser. Os especialistas ainda consideram como fonte mais provável do surto os pepinos, tomates e alfaces — legumes cujo consumo crus as autoridades sanitárias alemãs têm desaconselhado naquele país. (texto destacado: informação corrigida dia 5 de Junho às 03h40)Quais são as potenciais fontes alternativas de infecção que estão a ser consideradas?As frutas e legumes em geral — e a sua eventual contaminação no campo, pelas águas de rega, esgotos, durante o transporte, o condicionamento, a preparação. Outros alimentos também estão sob suspeita, como a carne e o leite. E segundo o El Mundo, na Alemanha e em Espanha aponta-se o dedo, sem dar pormenores, à água engarrafada. Por que é que os pepinos espanhóis foram ilibados?Os pepinos espanhóis não continham a estirpe de E. coli em causa. Mesmo assim, continham bactérias E. coli, um mau sinal em termos de higiene alimentar seja qual for a estirpe presente, patogénica ou não, uma vez que indicia uma contaminação do alimento com fezes animais ou humanas. Isto poderá, aliás, obrigar a rever as normas de higiene da agricultura biológica, onde o estrume dos animais é utilizado como fertilizante. A bactéria pode ser transmitida entre pessoas?Pode. A incubação da doença demora vários dias. Por isso, uma pessoa pode ter sido infectada, mas não apresentar ainda sintomas graves e não suspeitar que está doente. E se ela preparar alimentos e não tiver o cuidado de lavar muito bem as mãos antes de os manusear, a bactéria pode infectar outras pessoas. Há quem receie que a particular virulência desta estirpe torne mais fácil a transmissão da doença entre pessoas em contacto chegado. Segundo a OMS, há um caso de infecção na Dinamarca numa pessoa sem ligação aparente com a Alemanha e outro na Noruega onde o doente tinha recebido uma visita vinda da Alemanha. (texto destacado: informação actualizada dia 5 de Junho às 03h40)
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS