Obama pressiona um Kadhafi combativo enquanto bombas caem sobre Trípoli
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DATA: 2011-06-08
SUMÁRIO: Muammar Kadhafi continua a dizer que não se irá render, numa altura em que a NATO tem levado a cabo ataques violentos contra Trípoli que já causaram pelo menos 31 mortos nas últimas horas, segundo o regime. Entretanto, o Presidente americano Barack Obama previu que a pressão se irá intensificar até à queda do dirigente líbio.
TEXTO: Durante a última madrugada, potentes explosões sacudiram o sector da residência oficial do coronel Kadhafi, no centro da cidade, avança a AFP. “Apesar dos bombardeamentos, não nos submeteremos", declarou o coronel Kadhafi numa mensagem áudio difundida pela televisão líbia no dia em que a NATO levou a cabo os seus ataques mais violentos contra Trípoli desde o início das operações, no dia 19 de Março. “Estou perto dos bombardeamentos, mas continuo a resistir”, assegurou Kadhafi, apelando ao povo a resistir também. Os raides aéreos contra Trípoli continuaram durante a tarde de ontem e logo após a difusão da mensagem de Kadhafi. De acordo com o porta-voz do regime, Moussa Ibrahim, “a NATO levou a cabo um ataque de ódio contra Trípoli, atacada com mais de 60 bombas”. Ibrahim acrescentou ainda que os ataques fizeram pelo menos 31 mortos e “dezenas de feridos”. Os bombardeamentos tiveram como alvo preferencial a residência de Kadhafi no centro de Trípoli. Um porta-voz da NATO, Mike Bracken, indicou à AFP que a sua organização irá continuar a “fazer pressão sobre o regime, limitando a capacidade de Kadhafi para dar ordens” e assegurando que os ataques da NATO têm “enfraquecido consideravelmente” o regime. A partir de Washington, Obama foi ainda mais claro: “Kadhafi deverá abandonar o poder e entregá-lo aos líbios, e a pressão não vai deixar de aumentar até que ele o faça”. O Presidente assegurou ainda que consegue ver uma “tendência inexorável” rumo à saída do coronel. O regime assistiu igualmente a mais uma baixa: Al Amin Manfur, ministro do Trabalho, em viagem de trabalho a Genebra, anunciou o seu apoio à rebelião e propôs os seus serviços ao Conselho Nacional de Transição, a direcção política da rebelião. Ontem, os rebeldes receberam pela primeira vez na sua “capital”, Bengasi - no leste do país -, a visita de um enviado de Moscovo e de diplomatas chineses que tiveram como missão “facilitar o diálogo entre os dois campos”. Em Bengasi, o enviado especial do Kremlin, Mikhail Marguelov, lembrou a nova posição de Moscovo, que durante muitos anos foi próxima de Trípoli: “Nós acreditamos que Kadhafi perdeu a sua legitimidade a partir do momento em que a primeira bala matou um inocente”. Marguelov afirmou ainda a vontade de Moscovo em jogar um papel de intermediário no conflito. “A Rússia está numa posição única porque tem uma embaixada em Trípoli e acabámos de nos encontrar com a rebelião”, declarou. A China, que tem importantes interesses económicos na Líbia, também fez a sua entrada na cena diplomática. O chefe da diplomacia líbia, Abdelati al-Obeidi, deslocou-se ontem à China para tentar encontrar uma posição política, ao passo que diplomatas chineses chegaram, também ontem, a Bengasi para se encontrarem com membros do Conselho Nacional de Transição. No plano humanitário, um barco líbio oriundo de Bengasi chegou segunda-feira ao porto tunisino de Sfax (sul), com 24 feridos e uma equipa de médicos a bordo. Cerca de 6800 pessoas, fugindo das violências na Líbia, atravessaram a fronteira tunisina entre segunda e terça-feira, de acordo com as autoridades da Tunísia. Desde Fevereiro - quando começaram as marchas de revolta - entre 10 mil e 15 mil pessoas morreram e 980 fugiram, segundo a ONU.
REFERÊNCIAS:
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