Sul-africano Trevor Manuel mantém em aberto candidatura ao FMI contra Lagarde
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-06-10
SUMÁRIO: A ministra francesa das Finanças, favorita ao lugar de chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), poderá ter de enfrentar um candidato de última hora, o antigo ministro das Finanças sul-africano Trevor Manuel, considerado o “homem certo” pelos países emergentes.
TEXTO: A revista Emerging Markets, que citou uma “fonte sénior e bem colocada” em Pretória, escreveu na sua edição de hoje que a África do Sul vai nomear Trevor Manuel para liderar o FMI. Isto no mesmo dia em que a ministra francesa Christine Lagarde faz campanha em Lisboa junto de responsáveis africanos na reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento, que encerra hoje. Também hoje, em entrevista a uma rádio pública sul-africana, Trevor Manuel declarou que a sua atenção está focada na África do Sul, mas deixou margem de manobra para outras interpretações. “Hoje é a data limite. No momento em que falamos ainda não entreguei a minha candidatura”, disse Trevor Manuel. Mas ressalvou: “A minha adrenalina corre pela África do Sul nesta altura. É aqui que estou focado”, afirmou na entrevista, citado pela AFP. “Já o tinha dito: esta não é uma decisão de Trevor Manuel. É uma decisão nacional, uma decisão mundial”, declarou ainda o antigo ministro, acrescentando que uma candidatura implica que o candidato faça uma campanha, o que no seu caso - ao contrário de Lagarde - não aconteceu. Lagarde é considerada a grande favorita para o lugar deixado vago por Dominique Strauss-Khan, que abandonou funções após ter sido acusado de abuso sexual de uma empregada de hotel em Nova Iorque. Manuel, que esteve à frente das Finanças da maior economia de África durante uma década, tem vindo a ser considerado o “candidato ideal” dos países emergentes para liderar o FMI. Trevor Manuel poderia mesmo ter mais apoio do que o até agora outro rival declarado de Lagarde na corrida ao lugar no FMI, o presidente do banco central mexicano, Agustin Carstens, considerado demasiado conservador por muitos dos mercados emergentes. Ainda assim, nenhum dos dois deverá colocar em risco Lagarde, devido ao peso dos votos europeus e dos Estados Unidos, que juntos detêm 48 por cento dos votos no FMI. Os países emergentes têm 12 por cento dos votos. O FMI vai nomear o seu novo director executivo a 30 de Junho, mas a data limite para entrega de candidaturas termina às 24h00 de hoje em Washington, ou seja 04h00 de sábado em Lisboa. As potências emergentes como a Rússia, Índia e China querem acabar com o domínio europeu do FMI, uma vez que têm cada vez mais peso na economia mundial, mas essa tarefa pode revelar-se demasiado difícil uma vez que existe um pacto entre a Europa e os Estados Unidos segundo o qual o líder do FMI é um europeu e o presidente do Banco Mundial é um americano.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI