Mercado dos telemóveis caiu 8% no 1º trimestre com redução do poder de compra
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-06-14
SUMÁRIO: O mercado dos telemóveis em Portugal caiu oito por cento no primeiro trimestre deste ano e recuará 13 por cento até ao final de 2011 devido à redução da compra dos telefones tradicionais e à desaceleração do crescimento dos ‘smartphones’.
TEXTO: A diminuição do poder de compra dos portugueses já se começa a sentir e prova disso é a quebra de oito por cento sentida já no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado, num total de 1, 1 milhões de telemóveis vendidos em Portugal, divulga o estudo “IDC European Mobile Phone Tracker” a que a Lusa teve acesso. As vendas atingiram os 111 milhões de euros, correspondentes a uma queda de 28 por cento em termos homólogos. “Há uma clara desaceleração no crescimento dos ‘smartphones’, cujo mercado cresceu 18 por cento [224 mil unidades vendidas], face aos 110 por cento a que cresceu no último trimestre de 2010 e aos 80 por cento na Europa”, adiantou à Lusa o responsável Europeu de Research da Área de Telefones Móveis da IDC, Francisco Jerónimo. No segmento de telefones tradicionais, a queda atingiu os 12 por cento, tendo sido vendidas 919 mil unidades no trimestre. “Quando olhamos para o preço médio, verificamos que houve uma quebra face aos trimestres anteriores e que os consumidores escolhem claramente as versões mais baratas dos ‘smartphones’, como os equipamentos com sistema operativo Android que a Optimus, a TMN e a Vodafone têm. Não são os de alta gama, mas os de baixa que são escolhidos devido ao preço”, disse o analista. Francisco Jerónimo explicou que os ‘smartphones’ têm uma taxa de penetração em Portugal de 20 por cento, abaixo dos 50 por cento da média europeia, pelo que no mercado nacional são ainda são “bastante atractivos”. “Os consumidores estão à espera de poder ter condições para substituir os telemóveis tradicionais por ‘smartphones’”, acrescentou. A queda do mercado dos telemóveis, para a qual também contribuiu o factor “sazonalidade” devido aos ‘stocks’ que sobraram no natal, deverá contudo agravar-se até ao final deste ano. “Perspectivamos uma queda de 13 por cento no mercado dos telemóveis: uma redução nos básicos de 19 por cento e uma desaceleração do crescimento de 16 por cento nos ‘smartphones’, fruto directo da situação económica do país”, antecipou. A mesma tendência, acrescentou, tem sido verificada em países com conjunturas macroeconómicas mais debilitadas, como a Grécia, a Itália e a Irlanda. No que diz respeito a marcas, Francisco Jerónimo sublinhou a “forte dinâmica” da Samsung que alcançou este trimestre a liderança do mercado europeu pela primeira vez. “Acredito que em Portugal vai continuar a crescer. A quota de mercado entre a Samsung e a Nokia é muito baixa, de seis por cento, estamos a falar de 80 mil unidades num trimestre, o que é um volume muito baixo, dado que a Samsung continua com uma forte atracção nos ‘smartphones’, ao contrário da Nokia”, disse. Além disso, prevê que as marcas chinesas, como a ZTE e a Huwei, vão começar a competir directamente com a Nokia e a Samsung no mercado nacional. No primeiro trimestre a Samsung quintuplicou a quota de mercado no segmento de ‘smartphones’, o que lhe permitiu aproximar-se da liderança do mercado. A Sony Ericsson tem também demonstrado alguma vitalidade no segmento de ‘smartphones’, o que lhe permitiu regressar à terceira posição em Portugal, revela ainda o estudo.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave estudo