Exército sírio marcha com violência sobre Badama
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.8
DATA: 2011-06-19
SUMÁRIO: O Exército sírio avançou sobre a cidade fronteiriça de Badama, usando tanques de guerra e outros blindados, queimando casas e terras cultivadas e detendo dezenas de pessoas sob o pretexto de que estariam a fornecer alimentos e outras provisões às populações em fuga do país.
TEXTO: É o último sinal da intransigência do regime do Presidente Bashar al-Assad, contestado nas ruas há três meses. A acção militar tinha aparentemente como objectivo controlar o corredor de escape utilizado por refugiados e desertores em fuga para a Turquia, segundo o "The Washington Post". “O Exército tinha dois motivos para controlar Badama: um era travar o movimento em direcção à Turquia e outro era impedir que recebêssemos provisões, especialmente comida e material médico”, explicou um residente, Jamal Saeb, ao diário norte-americano. O ataque a Badama, que já se anunciava pelas movimentações do Exército ao longo da semana, começou manhã cedo. “Chegaram às sete horas. Contei nove tanques, dez blindados, vinte jipes e dez autocarros. Vi os shabbiha [guerrilheiros pró-Assad] incendiar duas casas”, contou à Reuters Saria Hammouda, um advogado residente naquela cidade. Ao princípio da tarde, a cidade estava completamente cercada. A marcha das forças do regime pela província de Idlib, uma zona rural no Norte do país que vai até à fronteira com a Turquia, já empurrou mais de dez mil pessoas para fora do país. Grande parte está alojada em tendas, do outro lado da fronteira, em acampamentos para refugiados montados pelo Crescente Vermelho. Mas um número indeterminado de sírios em fuga permanece escondido no seu próprio país – nas montanhas e em aldeias junto a terrenos agrícolas da região de Jisr al-Shughour. Badama, a menos de 20 quilómetros da Turquia, funcionaria como um centro nevrálgico de passagem e abastecimento para esta população de refugiados. A investida militar poderá criar uma crise humanitária: “Os residentes de Badama não se atrevem a levar pão aos refugiados, e os refugiados temem ser presos se foram até à cidade em busca de comida”, observava Rami Abdulrahman, do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, contactado pela Reuters.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos humanos ataque humanitária