42 pessoas mortas na Síria em menos de 48 horas
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.18
DATA: 2011-07-16
SUMÁRIO: Em menos de 40 horas, as tropas sírias mataram 42 pessoas que participavam em manifestações pró-democracia. O banho de sangue prossegue, pois, neste país do Médio Oriente já alvo de sanções internacionais e da condenação das instituições internacionais.
TEXTO: Só na sexta-feira, o dia em que aconteceram as maiores manifestações desde o início da sublevação civil contra o regime, há cinco meses, as tropas mataram 32 pessoas. Hoje, até meio do dia, mais 14. Neste momento, os protestos ocorrem em todo o país e a capital, Damasco, não é excepção. Depois de uma reunião autorizada de algumas figuras da oposição no mês passado, os críticos do presidente Assad marcaram um segundo encontro, a que chamaram Conferência de Salvação Nacional, para um hotel em Qaboun, um subúrbio de Damasco. A reunião estaria em viodeoconferência com outra, em Istambul (Turquia) onde perto de 700 sírios da oposição no exílio em vário países se encontravam. Mas, após o iníco dos trabalhos, a reunião em Damasco foi cancelada pois as forças de segurança mataram 14 pessoas junto ao hotel e atacaram os convidados da festa de um casamento que também se realizava no estabelecimento, como explicou à Reuters um elemento da oposição, Walid al-Bunni. Cerca de uma dezena de pessoas foi presa. Da parte do regime, não há declarações desde que Bashar al-Assad falou ao país para dizer que haveria conversações com vista a reformas políticas, mas nunca antes de os protestos terminarem. Pelo que o braço de ferro sangrento prossegue, uma vez que a oposição e os cidadãos se recusam a abandonar as ruas, onde numa primeira fase pediram mudanças e, após o início da repressão, exigem a saída do Presidente e o fim da era do partido único, o Baas. Bashar al-Assad tem ignorado todos os pedidos para travar as tropas e as mortes, feitos de todos os lados do planeta: da Turquia, país vizinho que recebeu mais de dez mil refugiados sírios, das Nações Unidas e da União Europeia. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que na semana passada disse que Assad já não tem legitimidade para ser Presidente da Síria, voltou a dizer que "a brutalidade tem que parar". "Não sei se vai acontecer. E na verdade nenhum de nós tem qualquer influência, só podemos dizer que acreditamos na mudança e que encorajamos os que a preconizam", disse Clinton a um canal de televisão da Turquia, onde está em visita oficial. "O regime não nos pode negar a liberdade", disse na reunião de opositores em Istambul Haitham al-Maleh, um antigo juiz que esteve preso por motivos políticos e foi libertado em Março. "Este estado pertence aos sírios e não é propriedade da família Assad", afirmou. "O meu sentimento é que se chegou a um ponto de não retorno, com o regime a não poder recuar depois de ter atingido este nível de derramamento de sangue", disse em Istambul outro sírio, este exilado na Alemanha, Hassan Najar, concluindo que a pressão sobre o regime tem que prosseguir e tem que ganhar orientação política. "Depois de 41 anos [o tempo do domínio dos Assad, primeiro Hafez, depois o filho Bashar], a questão é sabermos unir uma oposição fragmentada; o que já se conseguiu fazer, em apenas quatro meses, é um milagre".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho casamento