Primeira ajuda humanitária para as vítimas da seca entrou na Somália
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 12 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-07-17
SUMÁRIO: As Nações Unidas conseguiram fazer passar um primeiro combóio com ajuda humanitária para a região da Somália mais afectada pela seca e a fome, depois de receber autorização da guerrilha islâmica Al-Shabab, que controla o centro e o sul do país.
TEXTO: No início do mês, a guerrilha, que pertence à rede da Al Qaeda, apelara à ajuda de organizações muçulmanas e não muçulmanas. Porém, mantivera a poibição, que já dura há um ano, de entrada de qualquer tipo de auxílio no seu território. Levantaram agora essa proibição por dez dias. "Eles garantiram-nos que poderiamos chegar às pessoas que precisam mais de ajuda", disse à BBC online Rozanne Chorlton, da UNICEF, a agência das Nações Unidas para as crianças. Esta responsável garantiu que a UNICEF não fez qualquer pagamento às forças islamistas para entrar na região e disse esperar que surgissem outras autorizações no futuro. Segundo o Somalia Report, um site que tem denunciado a situação humanitária devido à seca e à guerra, a autorização para a entrada de ajuda da ONU é "uma tentativa da Al-Shabab de ganhar popularidade entre os somalis". Porém, a situação que se vive no país é crítica. Segundo as Nações Unidas, há nove milhões de somalis em situação de "emergência humanitária" e, só em Junho, 54 mil somalis abandonaram o país, refugiando-se no Quénia e na Etiópia, esta também a braços com a que é já a maior seca no Corno de África em 60 anos e que está a afectar dez milhões de pessoas. O grupo Al Shabab pretende derrubar o governo de transição do país, que tem o apoio da comunidade internacional, e instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabita. O grupo domina um vasto território, o que tem impedido o auxílio internacional. Ainda ontem ao fim do dia, o Reino Unido anunciou um pacote de 52. 5 milhões de libras de ajuda à Somália, porém o Governo de Londres não negoceia com a Al Shabab, o que impede progressos no auxílio à população nos territórios que esta ocupa. O ministro da ajuda externa britânico, Andrew Mitchell, que está de visita ao campo de refugiados de Dadaab, no Quénia, confirmou isso mesmo: "Simplesmente não negociamos com eles". Ali, chegam em média, por dia, 1400 refugiados. "Mas temos que encontrar uma forma de fazer chegar as provisões que podem salvar vidas", acrescentou Mitchell.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU