Rupert Murdoch rejeita responsabilidade no escândalo das escutas
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DATA: 2011-07-19
SUMÁRIO: O presidente da News Corporation, Rupert Murdoch, rejeitou qualquer responsabilidade pessoal no escândalo de escutas ilegais realizadas pelo tablóide britânico News of the World, um dos títulos do seu império mediático.
TEXTO: Respondendo às perguntas dos legisladores com assento no comité de Cultura, Media e Desporto do Parlamento britânico, Murdoch reconheceu que a revelação de que aquele jornal recorria a escutas e buscas ilegais para obter informação representava uma “mancha” na reputação da sua corporação, com interesses e negócios em todo o mundo, e “era matéria de enorme e sincero arrependimento e tristeza”. Mas perguntado sobre quem era o primeiro responsável pelo “fiasco”, nas palavras de um dos parlamentares, Rupert Murdoch rejeitou ser ele, ou o seu filho James, presidente da subsidiária britânica News International – que está sentado ao seu lado na audiência em curso. “Os responsáveis são as pessoas em quem eu confiei, e as pessoas em quem elas confiaram”, respondeu, sem nomear ninguém. Quando outro deputado lhe voltou a perguntar pelos “culpados”, Murdoch disse que a maior parte das pessoas envolvidas nas escutas já não estavam na empresa. “Temos de os encontrar e temos de os responsabilizar”, referiu. Rupert Murdoch disse que “muito raramente” falava com o director do News of the World, ao contrário, por exemplo, do que acontece com o director de outro dos seus jornais britânicos, o reputado semanário The Sunday Times, com quem conversa quase todos os sábados. A News Corporation decidiu fechar o jornal tablóide, em circulação há 168 anos, depois de se descobrir que entre as vítimas de escutas ilegais estavam, entre outras, Milly Dowler, uma menina de 13 anos raptada e assassinada em 2002, e os familiares das vítimas dos atentados terroristas de Londres ou dos soldados mortos em combate nas guerras do Iraque e Afeganistão. “Estávamos envergonhados com o que acontecera. Tínhamos quebrado o elo de confiança com os nossos leitores”, justificou Rupert Murdoch. James admitiu que o encerramento do jornal foi uma “decisão grave” mas imprescindível tendo em conta o “sofrimento mais grave” das pessoas implicadas nas escutas. O presidente da News International defendeu o fim do jornal como a “decisão correcta” e garantiu que estavam a ser feitas todas as diligências para encontrar alternativas de colocação para os cerca de 200 funcionários do jornal que perderam o emprego dentro do universo do grupo. Rupert Murdoch desmentiu a interpretação de um dos parlamentares que perguntou se o tablóide tinha sido extinto para “salvar a pele” de Rebekah Brooks, a directora executiva da News International que dirigia o News of the World à época das escutas. “Não há nenhuma relação entre uma coisa e a outra”, frisou. Rupert e James negaram que estivessem a preparar uma edição dominical do seu outro tablóide, The Sun, para ocupar o vazio deixado pelo News of the World, mas frisaram que a empresa mantém “as suas opções em aberto”. A conservadora Therese Coffey quis saber se, perante a crise instalada, o magnata admitia rever a direcção editorial dos seus títulos. “O Reino Unido dispõe de uma imprensa competitiva, com uma maravilhosa variedade de vozes e perspectivas. É isso que torna as sociedades transparentes. É muito inconveniente para algumas pessoas, mas o país é melhor por causa disso”, respondeu Murdoch. Notícia em actualização
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura filho