Rupert Murdoch: "Não sabia nada sobre as escutas"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento -0.25
DATA: 2011-07-20
SUMÁRIO: O presidente da News Corporation, Rupert Murdoch, rejeitou qualquer responsabilidade pessoal no escândalo das escutas ilegais realizadas pelo tablóide britânico News of the World, sobre as quais afirmou nada saber. E garantiu que não se irá demitir.
TEXTO: Respondendo às perguntas dos legisladores com assento no comité de Cultura, Media e Desporto do Parlamento britânico, Murdoch reconheceu que a revelação de que aquele jornal recorria a escutas e buscas ilegais para obter informação representava uma “mancha” na reputação da sua empresa, com interesses e negócios em todo o mundo, e “era matéria de enorme e sincero arrependimento e tristeza”. Questionado sobre quem era o primeiro responsável pelo “fiasco”, nas palavras de um dos parlamentares, Rupert Murdoch rejeitou ser ele, ou o seu filho James, presidente da subsidiária britânica News International – sentado ao seu lado na audiência dos deputados. “Os responsáveis são as pessoas em quem eu confiei, e as pessoas em quem elas confiaram”, respondeu, sem nomear ninguém. Murdoch admitiu que a audiência ocorre "no dia de maior humildade" da sua vida. "Depois de tudo o que aconteceu, sei que tinhamos de estar aqui hoje". Mas quando a deputada conservadora Louise Mensch lhe perguntou se alguma vez considerou demitir-se a resposta foi peremptória: "Não". E explicou que não o faria por ser "a melhor pessoa para limpar tudo isto". Quando outro deputado lhe voltou a perguntar pelos “culpados”, Murdoch disse que a maior parte das pessoas envolvidas nas escutas já não estavam na empresa. “Temos de os encontrar e temos de os responsabilizar”, referiu. Rupert Murdoch disse que “muito raramente” falava com o director do News of the World, ao contrário, por exemplo, do que acontece com o director de outro dos seus jornais britânicos, o reputado semanário The Sunday Times, com quem conversa quase todos os sábados. A News Corporation decidiu fechar o jornal tablóide, em circulação há 168 anos, depois de se descobrir que entre as vítimas de escutas ilegais estavam, entre outras, Milly Dowler, uma menina de 13 anos raptada e assassinada em 2002, e os familiares das vítimas dos atentados terroristas de Londres ou dos soldados mortos em combate nas guerras do Iraque e Afeganistão. “Estávamos envergonhados com o que acontecera. Tínhamos quebrado o elo de confiança com os nossos leitores”, justificou Rupert Murdoch. James admitiu que o encerramento do jornal foi uma “decisão grave” mas imprescindível tendo em conta o “sofrimento mais grave” das pessoas implicadas nas escutas. O presidente da News International defendeu o fim do jornal como a “decisão correcta” e garantiu que estavam a ser feitas todas as diligências para encontrar alternativas de colocação para os cerca de 200 funcionários do jornal que perderam o emprego dentro do universo do grupo. Rupert Murdoch desmentiu a interpretação de um dos parlamentares que perguntou se o tablóide tinha sido extinto para “salvar a pele” de Rebekah Brooks, a directora executiva da News International que dirigia o News of the World à época das escutas. “Não há nenhuma relação entre uma coisa e a outra”, frisou. Rupert e James negaram que estivessem a preparar uma edição dominical do seu outro tablóide, The Sun, para ocupar o vazio deixado pelo News of the World, mas frisaram que a empresa mantém “as suas opções em aberto”. A conservadora Therese Coffey quis saber se, perante a crise instalada, o magnata admitia rever a direcção editorial dos seus títulos. “O Reino Unido dispõe de uma imprensa competitiva, com uma maravilhosa variedade de vozes e perspectivas. É isso que torna as sociedades transparentes. É muito inconveniente para algumas pessoas, mas o país é melhor por causa disso”, respondeu Murdoch. Notícia actualizada às 21h40
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave cultura filho