ONU declara existência de fome em duas regiões do sul da Somália
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-20
SUMÁRIO: A situação das regiões somalis de Bakool e Baixa Shabelle agravaram-se de tal modo com a seca prolongada e a continuação de conflitos armados que as Nações Unidas fizeram hoje a declaração formal de existência de fome naquela parte do território do país, afectando mais de dois milhões de pessoas.
TEXTO: “Se não agirmos já, a fome vai propagar-se a todas as oito regiões do sul da Somália apenas nos próximos dois meses, devido às fracas colheitas e ao surgimento de doenças contagiosas”, alertou ainda o gabinete de coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) na Somália. Segundo o coordenador da organização em Nairobi, Mark Bowden, praticamente metade da população total somali – ou seja, 3, 7 milhões de pessoas, das quais 2, 85 milhões residem no sul do país – encontram-se em situação de crise humanitária. E mais de dez milhões de pessoas na região do Corno de África enfrentam hoje em dia condições de emergência (nível imediatamente abaixo do da fome) devido à prolongada seca que, ainda segundo a ONU, pode ser a pior em várias décadas. Esta nova avaliação foi feita com base em novos dados coligidos pelas unidades de análise de segurança alimentar e nutrição na Somália e tendo em conta, também, a situação em que muitos refugiados somalis, em fuga do conflito armado no seu país, estão a chegar aos campos nos vizinhos Quénia e Etiópia. As duas regiões somalis declaradas agora em caso de fome – Bakool e Baixa Shabelle –, pela primeira vez em 19 anos, estão sob o controlo dos rebeldes islamistas Al Shabaab, tendo a agência dos refugiados da ONU sinalizado que vai tentar obter maiores garantias de segurança junto da rebelião, de forma a conseguir fazer fluir mais vastos fluxos de assistência alimentar para aquela zona do país. A situação de fome é definida pelas Nações Unidas com uma taxa de mortalidade de mais de duas em cada dez mil pessoas por dia e de um valor acima dos 30 por cento entre as crianças abaixo dos cinco anos de idade. Pelo menos 500 mil crianças estão em risco de vida no Corno de África, foi sublinhado pela UNICEF na semana passada, ao mesmo tempo que a Cruz Vermelha lançou o alerta de que uma em cada dez crianças na Somália apenas enfrenta actualmente o risco de morte devido à fome.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU