NEI quer lançar OPA sobre banco português se ganhar corrida ao BPN
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.25
DATA: 2011-07-23
SUMÁRIO: O Núcleo Estratégico de Investidores (NEI), uma das quatro entidades que formalizaram uma proposta para a compra do BPN, avançou hoje que, caso ganhe o concurso de privatização, lançará uma OPA sobre um banco português.
TEXTO: “Se formos nós os escolhidos, vamos tentar uma OPA [Oferta Pública de Aquisição] a outro banco nacional”, revelou José Fernandes, um dos porta-vozes do NEI, explicando que o objectivo é integrar o Banco Português de Negócios (BPN) nessa entidade, caso a operação tenha sucesso, mas escusando-se a revelar o nome da instituição em causa. Existem actualmente quatro bancos portugueses cotados em bolsa, o Banco Comercial Português (BCP), o Banco Espírito Santo (BES), o Banco BPI e o Banif, e o responsável frisou que a ideia do NEI é aproveitar a estrutura que o banco alvo já tem para acabar com a marca BPN, que “está muito desgastada”, integrando todos os seus activos na outra instituição, caso a OPA avance. Segundo José Fernandes, a Caixa Banco de Investimento (Caixa BI) convocou na quinta-feira, ao final do dia, os representantes do NEI para uma reunião que decorreu esta manhã nas instalações da Caixa BI, contando com a presença de responsáveis da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da Caixa BI. “A reunião correu bem. Fizeram-nos várias perguntas e nós defendemos a nossa ‘dama’. Temos consciência que estamos em desvantagem perante os outros candidatos [à compra do BPN], até porque não temos uma estrutura como o BIC ou o Montepio têm, mas na nossa proposta valorizámos cada acção do banco, com um pricing interessante, e a nossa estratégia é inovadora”, realçou o responsável. A aposta no apoio às pequenas e médias empresas (PME), na economia social – através de acordos estabelecidos com Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e com as Misericórdias –, na banca de proximidade, no microcrédito e em balcões itinerantes constitui a trave-mestra do projecto do NEI para o BPN. Sobre a gestão do banco, caso seja o vencedor do concursos de privatização, o NEI diz ter “uma equipa forte” para a comissão executiva, que será constituída por pessoas com track record na banca, cujos nomes José Fernandes protegeu, uma vez que “são pessoas que estão no activo”. Questionado sobre a oferta feita pelo NEI, o responsável disse que foi “valorizado o preço do banco através de uma proposta até um pouco acima do seu real valor, mas que foi tudo pensado para tentar assegurar a compra”, sem adiantar o preço oferecido. José Fernandes diz que o projecto que integra quer preservar os postos de trabalho existentes no BPN, ainda que admita que “nas condições actuais não se podem manter todas as pessoas”, pelo que admite que terão que ser feitas negociações para a redução dos salários. Além de o NEI, também o Montepio Geral, os angolanos do BIC e um outro interessado de quem ainda não foi possível apurar a identidade estão na corrida à privatização do BPN, que deverá ser decidida até ao final do mês.
REFERÊNCIAS:
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