Congresso dos EUA sem acordo à vista sobre limite da dívida
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 3 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-07-25
SUMÁRIO: Republicanos e democratas esforçaram-se ontem à noite, à medida que se aproximava a hora da abertura dos mercados asiáticos, para garantir que os EUA não irão entrar em default, mas os sinais de um acordo entre os dois partidos continuavam a não surgir.
TEXTO: Timothy Geithner e vários membros do Congresso norte-americano tentaram tranquilizar os mercados, afirmando que não se iria permitir que o Governo federal visse o seu limite de endividamento atingido, não podendo fazer face aos seus compromissos domésticos e com o exterior. Este tipo de declaração é compreensível, tendo em conta que existe o receio de que, com o prazo para aumentar o limite da dívida a acabar no próximo dia 2 de Agosto, os mercados possam já no decorrer desta semana entrar num clima de forte instabilidade perante a possibilidade de um default na maior economia do planeta. No entanto, para além dessa garantia, o que se ouvia ontem à noite por parte dos membros do Congresso republicanos e democratas era uma troca de acusações inflamada sobre de quem era a culpa pela inexistência de um acordo. Neste momento, depois do romper das negociações da passada sexta-feira, Barack Obama já é um mero espectador neste debate. Qualquer acordo tem de ser conseguido no Congresso, de forma a que tanto a Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, como o Senado, dominado pelos democratas, aprovem a subida do limite da dívida. De um lado, os republicanos estão agora a apresentar uma proposta que faria subir o limite da dívida em dois passos. Primeiro um aumento, associado a cortes na despesa, que daria à Casa Branca espaço de manobra orçamental até ao início de 2012, ou seja, ainda antes das próximas eleições presidenciais. Nesse momento, teria de ser negociado um novo acordo, mais profundo. Os democratas criticam esta opção, defendendo que, para resolver esta questão e afastar os receios do mercado, tem de se avançar para um acordo mais profundo, que eleve o limite da dívida para um valor que apenas seja atingido já depois das eleições e que inclua também um aumento dos impostos que tinham sido cortados durante a Administração Bush. Se as lideranças dos dois partidos no Congresso não chegarem a um acordo, o que deverá acontecer é a apresentação unilateral, por parte dos republicanos, de uma proposta de subida parcial do limite, que deverá ser aprovada pela Câmara dos Representantes. O Senado ficará então no ingrato papel de ou aceitar a imposição dos republicanos, ou colocar o país na iminência de uma situação de incumprimento. A tensão é tão grande que o ex-presidente Bill Clinton defende que a saída pode estar numa emenda feita na constituição durante a Guerra Civil, que poderia permitir ao Presidente avançar unilateralmente para uma subida do limite da dívida. "[Faria isso] sem hesitação, os tribunais que me parassem", disse Clinton. Barack Obama, contudo, já afirmou que consultou os advogados da Casa Branca sobre essa matéria e que estes não estão convencidos que seja possível.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra