Governo chinês quer mulheres mais vestidas e preocupa empresas de videojogos
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DATA: 2011-07-29
SUMÁRIO: A nona edição da ChinaJoy Expo, a feira de jogos online mais popular de Xangai – conhecida tanto pelos jogos em exposição como pelas showgirls que promovem os produtos – está mais “vestida”. Uma directiva governamental chinesa contra a vulgaridade está na origem desta novidade.
TEXTO: Biquinis não entram. Roupas que mostrem mais de dois terços das costas também são barradas à porta. Logotipos colados em “lugares sensíveis” (sobre os seios, por exemplo) também são interditos. As regras estão incluídas numa directiva governamental contra a “vulgaridade” e preocuparam algumas das empresas de jogos presentes na nona edição da feira de jogos online de Xangai, a decorrer naquela cidade desde Junho. O Shangai Daily, jornal citado pela agência Reuters, diz que a directiva do Governo está a forçar as raparigas a taparem-se. Os representantes das marcas em exibição – promovidas tradicionalmente por showgirls – temeram que esta alteração legal diminuísse a afluência da ChinaJoy Expo. A directiva limita os comprimentos da roupa, mas também quer ver reduzido o número de pessoas contratadas que cada empresa pode ter no seu expositor. As empresas têm a percepção de que as showgirls são uma atracção tão relevante como os jogos em exposição. Não são novas as campanhas do Governo chinês contra o que considera como comportamento básico e obsceno. Uma delas exigia a eliminação de “sons sexualmente provocantes” da televisão. A Reuters sublinha, esta quinta-feira, que Xangai, uma cidade cosmopolita, continua a contornar as barreiras da lei. As mulheres em trajes curtos a promover bebidas são habituées em bares da cidade. A pornografia, com mulheres e homens chineses, também circula na Internet e em DVDs pirateados. A organização da feira – encabeçada pelo Ministério da Tecnologia da Informação e da Indústria – não comenta a nova directiva explicitamente, mas introduziu no site da ChinaJoy Expo uma recomendação sobre o assunto, no sentido da directiva do Partido Comunista Chinês, partido único no país: “Para erradicar a vulgaridade e cultivar uma boa atmosfera na exposição e evitar um impacto negativo na ChinaJoy por meio de más acções, a comissão [organizadora] vai conduzir inspecções restritas ao número, às roupas e ao conteúdo das performances in loco”. A contrastar com a intransigência da mensagem oficial, podem ver-se na Internet fotografias do evento, com decotes e coxas à mostra. O recente código de conduta tem, inclusive, um precedente. No ano passado, um edital do Governo liderado pelo primeiro-ministro Wen Jiabao dissuadia as empresas a operar no ramo dos jogos electrónicos de recorrerem a um imaginário sexual e violento para promover os seus produtos. Entre os patrocinadores oficiais da ChinaJoy encontram-se vários organismos estatais, como o Gabinete Nacional dos Direitos de Autor da China e a Administração Geral da Imprensa e das Publicações da República Popular da China.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens lei sexual mulheres chinês