Agência chinesa baixa nota da dívida dos EUA para "A"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-03
SUMÁRIO: A agência chinesa de notação de risco de crédito Dagong baixou a nota (rating) da dívida dos Estados Unidos de A+ para A, mantendo a perspectiva negativa sobre esta nota, o que pode significar nova descida dentro de algum tempo.
TEXTO: Esta decisão contrasta com a das principais agências dos Estados Unidos, que mantêm a nota do seu país no máximo, triplo-A. A Moody’s e a Fitch, por exemplo, já vieram dizer depois do acordo para aumento do limite do tecto da dívida que mantém esta nota, apesar de manterem também a perspectiva negativa que já tinham anunciado antes. A Dagong, que não tem capital dos EUA (ao contrário de outras agências chinesas), justifica a sua decisão com o que considera ser a “tendência geral de que aumento da dívida nacional ultrapassa o crescimento da economia e do rendimento”, o que não foi alterado como o acordo alcançado no início da semana, que aumentou o limite máximo da dívidas do país e que vai permitir ao Governo norte-americano “continuar a repagar a sua dívida antiga através da emissão de nova dívida”, de acordo com uma nota publicada hoje na versão em inglês do seu site. A empresa considera mesmo que a luta política entre os dois principais partidos sobre o aumento da dívida “indica que em última instância o Governo dos EUA tem dificuldade em resolver a crise da dívida soberana” e que o incidente que pôs o país à beira do incumprimento é “um ponto de viragem para fazer a solvência do Governo” norte-americano “declinar ainda mais”. A Dagong assinala também que o ritmo de redução do défice dos EUA é muito inferior que o de aumento da dívida e que a política fiscal de deixar que a receita seja inferior à despesa “vai certamente” continuar a empurrar a dívida do país para níveis mais elevados, prevendo que ultrapasse o PIB no final de 2012 e que o défice do Governo federal permaneça “moderadamente elevado no futuro”. Chineses são os maiores credoresA China, a segunda economia mundial, é o maior detentor de títulos de dívida do Tesouro americano, com 1160 mil milhões de dólares (807, 4 mil milhões de euros) no mês de Maio, segundo os últimos dados publicados por Washington, lembra a Lusa. Por seu lado, o governador do Banco central da China exortou Washington a lidar com a sua dívida com responsabilidade, alertando que a incerteza dos mercados financeiros poderá afectar a economia global. Num comunicado divulgado hoje, Zhou Xiaochuan regozijou-se com o acordo alcançado nos Estados Unidos em relação à elevação do teto da dívida para evitar que o país entrasse em incumprimento, mas também exortou Washington a evitar outros passos que possam afectar os investidores. “Grandes flutuações e incertezas neste mercado poderão minar a estabilidade do sistema financeiro internacional e prejudicar a recuperação económica global”, refere o responsável citado na nota que, invulgarmente, surge disponível no sítio da instituição traduzida para inglês, além de na língua chinesa.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA