Ai Weiwei foi interrogado mais de 50 vezes na prisão
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-08-12
SUMÁRIO: O silêncio foi longo e quebrá-lo é arriscado. Mas nesta semana o artista plástico chinês Ai Weiwei não parou de usar o Twitter e algumas pessoas próximas contaram pormenores do que aconteceu durante os 81 dias em que esteve detido. Foi interrogado mais de 50 vezes, impedido de falar e obrigado a dormir com as mãos sobre a manta.
TEXTO: Ai Weiwei foi libertado a 23 de Junho, mas as autoridades chinesas impediram-no de usar as redes sociais ou dar entrevistas. Mas aquele que é um crítico do regime e um dos artistas plásticos chineses mais famoso em todo o mundo está agora a desafiar as autoridades. Uma pessoa próxima, que pediu para não ser identificada, disse à BBC que Ai Weiwei, de 54 anos, acredita ter estado "à beira da morte". As autoridades alegam que foi preso por evasão fiscal, mas a sua detenção gerou uma forte contestação. Durante a detenção e as dezenas de interrogatórios nunca foi feita qualquer pergunta sobre a situação fiscal de Ai Weiwei, mas houve muitas perguntas sobre alegados apelos a uma revolução e acusações de que estaria a tentar "subverter o Estado", adiantou a fonte ouvida pela BBC. O artista esteve em duas prisões diferentes, e na última a cela era um quadrado exíguo com quatro metros de lado, sem janela. Sem poder sair, era aí que o opositor chinês procurava exercitar-se, a percorrer aqueles quatro metros vezes infinitas, durante cerca de cinco horas por dia, sempre vigiado por dois polícias. Foi "a situação mais dura que um ser humano pode enfrentar", terá dito Ai Weiwei. Uma outra fonte, ou talvez a mesma, disse à Reuters que o artista confirmou ter sido submetido a mais de 50 interrogatórios e a uma "forte pressão psicológica". Foi acusado de estar a planear protestos inspirados nas revoltas no mundo árabe. Talvez Ai Weiwei acreditasse que o facto de ser filho do famoso poeta comunista AiQing o pudesse proteger, mas na altura da sua libertação foi-lhe dito que poderia enfrentar pelo menos 10 anos de prisão por "incitar à subversão contra o poder do Estado". Foi também impedido de falar com jornalistas, reunir-se com estrangeiros e usar a Internet, e durante mais de um mês não desafiou essa proibição.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filho prisão chinês