Rick Perry contra Barack Obama em 2012, ou a batalha de duas Américas
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-15
SUMÁRIO: A América pode não conhecer muito bem Rick Perry, o governador do Texas, que acaba de anunciar a sua candidatura à presidência, mas a reputação precede-o. Em 2010, foi capa da revista Newsweek, com as suas botas de cowboy em primeiro plano e calças suficientemente arregaçadas para revelar uma incitação digna de um Dirty Harry: "Come and take it." Quando faz jogging, Perry nunca se esquece de levar a sua pistola carregada. E, no início deste mês, organizou um megaevento religioso num estádio em Houston para rezar por um "país em crise".
TEXTO: Tudo isto pode parecer colorido para um leitor do New York Times ou do Washington Post, mas também extremamente irresistível - e normal - no coração da América. Ao anunciar a sua candidatura no sábado na Carolina do Sul, Rick Perry enfatizou orgulhosamente as suas credenciais como um produto da "small town America". O seu sotaque texano serviria como uma luva a um episódio de Bonanza. A primeira palavra do seu discurso no sábado? "Howdy. "Os comentadores políticos do Texas vão avisando que convém não subestimar Rick Perry, que se encontra no seu terceiro mandato como governador do Texas e nunca perdeu uma campanha eleitoral, mesmo quando a sua vitória parecia improvável. E, de facto, a imprensa americana parece estar a levá-lo a sério: assim que o governador republicano oficializou a sua candidatura, os jornalistas começaram a imaginar o que seria uma corrida Obama-Perry em 2012: "Uma guerra entre as duas Américas", concluiu Michael Tomasky no Daily Beast. Descubra as diferençasA entrada de Perry na disputa das primárias republicanas gerou um entusiasmo imediato de que nenhum dos outros candidatos se pode vangloriar. As sondagens dão-lhe já o segundo lugar entre os favoritos, a pouca distância do candidato que até agora tem liderado as preferências dos eleitores republicanos, Mitt Romney. O governador do Texas, que ainda em Maio dizia que não seria candidato à presidência, foi cortejado por activistas conservadores desiludidos com as opções no campo republicano. Que o Partido Republicano esteja tão disposto a abraçar outro governador do Texas como Presidente depois das más memórias que George W. Bush deixou entre os conservadores é revelador do antagonismo que Obama cria na direita americana. De facto, Perry parece ter mais do que uma semelhança com Bush: o mesmo tom coloquial e simples, um estilo agressivo, muitos sorrisos de auto-satisfação e polegares em riste. Mas, de novo, os observadores da política texana avisam: Bush tinha, apesar de tudo, ambições de ser uma figura de unidade, conciliatória; Perry, escreveu o analista do Texas Monthly Paul Burka, "é o tipo de político que prefere ser temido, em vez de amado - ou respeitado". O governador do Texas tem outra característica que o distingue de Bush: é um "conservador fiscal", alguém que se opõe à tributação fiscal e que considera que o governo federal é a raiz de todos os males na América, algo que se tornou na bandeira do Partido Republicano nos últimos dois anos e que lhe permitiu reinventar-se - com a generosa contribuição do Tea Party - depois de George W. Bush. Contra a "miséria nacional"Também há quem note que Bush só se tornou conservador para ganhar a Casa Branca, ao passo que Rick Perry é "the real deal", a coisa autêntica. Antiaborto, anticasamento gay e pró-armas, é apontado como o único candidato republicano com capacidade para unir o establishment republicano e o Tea Party. Mitt Romney tem o apoio do mundo empresarial e dos republicanos ricos, mas é visto com desconfiança pelo Tea Party; Michele Bachmann é popular junto dos ultraconservadores do Tea Party, mas o partido não acredita que a sua campanha possa ter um apelo nacional. Perry tem um pé nos dois mundos. O seu discurso de 20 minutos no sábado foi, sobretudo, uma crítica severa de Obama: Perry denunciou as políticas perdulárias do Presidente, a quem acusou de "prolongar a miséria nacional" e diminuir o estatuto da América no mundo, sob o forte aplauso dos 600 conservadores que o ouviam. A imprensa americana notou que o seu discurso foi o equivalente político de atirar carne crua a uma jaula de leões. O governador do Texas também sublinhou o seu currículo como "criador de emprego": o Texas é responsável por 40 por cento dos novos empregos criados nos EUA desde Junho de 2009 - precisamente, uma área em que o país está desapontado com Obama.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA