140 caracteres contam uma história em chinês
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-08-16
SUMÁRIO: A China é o país com mais internautas do mundo e com a censura mais apertada na Internet. O Twitter é banido, mas há alternativas e os sites de microblogues têm conhecido um crescimento alucinante.
TEXTO: O Weibo é o mais popular e nos dias que se seguiram à colisão de dois TGV no país, em Julho, muitos media internacionais serviram-se das mensagens ali publicadas para perceberem o que pensavam os chineses. "O Weibo está a criar uma arena muito mais livre do que os media tradicionais. O Weibo já é uma força massiva e é demasiado grande para poder ser encerrado", disse à Reuters Wang Keqin, jornalista de investigação chinês. Depois do acidente de comboio, os media tradicionais começaram por seguir o guião oficial. Mas o que se escrevia em sites como o Weibo levou-os a arriscar irem mais longe, isto até ter chegado uma ordem expressa para limitarem a cobertura do acontecimento. O Weibo é em tudo semelhante ao Twitter e até tem mais-valias, como mostrar as fotos e os vídeos na página principal, ao mesmo tempo que os comentários se alinham debaixo de cada entrada, como num blogue tradicional. De resto, serve para escrever mensagens até um máximo de 140 caracteres, o que "em chinês chega para contar uma história", disse um dos 400 trabalhadores do Weibo à rádio espanhola Cadena Ser. Muito mais do que nos regimes árabes, onde ferramentas como o Twitter foram essenciais para marcar protestos e organizar a revolta espontânea, o Governo chinês desenvolveu um sistema tecnicamente sofisticado de censura e controlo do discurso. Rebecca MacKinnon, especialista em controlo de Internet na China do think tank New America Foundation, calcula em dezenas de milhares (ou centenas de milhares) os burocratas dedicados à censura. Há dezenas de organizações que se ocupam do mesmo, desde o Gabinete de Informação do Conselho de Estado à Administração para a Rádio e Televisão. Ao mesmo tempo, as empresas que oferecem serviços de Internet têm departamentos onde vigiam o conteúdo publicado e avaliam o que é ou não inaceitável. Mas o Weibo não pára de crescer e Wang Keqin tem muito a agradecer-lhe. Há dois anos, a polícia estava a persegui-lo para o impedir de investigar um caso de violação que envolvia responsáveis municipais. A notícia chegou ao Weibo e as autoridades da província de Badong foram inundadas de telefonemas a avisar que Wang não devia ser ferido ou detido. "Eles ficaram esmagados. Foi uma espécie de onda de pressão. O Weibo salvou-me dessa vez e eu tenho-o usado para salvar outras pessoas. "
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE