Bento XVI pede "respeitosa convivência" entre cristãos e não cristãos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-08-18
SUMÁRIO: O Papa Bento XVI aterrou esta manhã, cerca das 10h45 (hora portuguesa), no aeroporto de Barajas, em Madrid, onde preside às cerimónias principais da Jornada Mundial da Juventude. À chegada, o Sumo Pontífice pediu uma "respeitosa convivência" entre cristãos e seguidores de outras "legítimas opções".
TEXTO: Bento XVI foi recebido no aeroporto da capital espanhola pelos reis, presidente do Governo e vários ministros, antes de viajar pelas ruas do centro da cidade no tradicional papamóvel e de participar em mais de uma dezena de actos, entres os quais a cerimónia de boas-vindas em Cibeles, a Via Crucis no Passeio de Recoletos e a vigília e missa em Cuatro Ventos. No seu discurso de boas-vindas, Bento XVI pediu aos jovens que não se envergonhem de Deus. "É urgente ajudar os jovens discípulos de Jesus a manterem-se firmes na fé e a assumirem a bela aventura de a anunciarem e de a testemunharem abertamente com a sua própria vida", destacou o Sumo Pontífice. O Papa denunciou ainda no seu discurso de boas-vindas a “perseguição aberta” e violenta que os cristãos sofrem em alguns países (sobretudo em países de maioria muçulmana) e ainda a “perseguição velada” que os cristãos sofrem nos Estados laicos. Ainda assim, o Papa exortou os católicos a não ocultarem a sua identidade cristã e, “num clima de respeitosa convivência com outras opções legítimas”, a exigirem o devido respeito à sua religião. O Papa referiu-se ainda à “superficialidade”, ao “consumo” e ao “hedonismo” imperantes na sociedade de hoje em dia, tendo lamentado “tanta banalidade na hora de se viver a sexualidade”. O Sumo Pontífice lamentou igualmente a “corrupção” e a “falta de solidariedade”. Antes mesmo de aterrar em Barajas, o Papa tinha indicado que “a crise económica é também ética e sem ela a economia não pode funcionar”, disse Bento XVI a minutos de pousar num país onde a taxa de desemprego já ultrapassa os 20%. Previamente, o rei Juan Carlos I referiu-se à “crise de valores” que sacode a juventude. “Não são tempos fáceis para os jovens, que atravessam uma crise de valores”, disse. “Está na hora de redobrarmos o nosso apoio”, indicou. “Não podemos defraudar os jovens. As suas aspirações e os seus problemas devem ser as nossas prioridades” , acrescentou. “O Papa está num país que ama a paz e a liberdade e que tem uma juventude solidária, que colabora na cooperação ao desenvolvimento”, disse ainda o monarca. Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Madrid para a visita do Papa, que terminará no próximo domingo. Bento XVI vais encontrar-se com 1600 religiosas e 1200 professores universitários, no mosteiro de San Lorenzo del Escorial, confessar três jovens peregrinos no Retiro e reunir-se com voluntários internacionais. Papa com Zapatero e RajoyEm termos oficiais, o chefe de Estado do Vaticano reúne-se na sexta-feira com o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e com o líder do Partido Popular (PP, oposição), Mariano Rajoy. Bento XVI voltará a encontrar-se com o rei Juan Carlos I e com a rainha Sofia à partida de Espanha. Entre os momentos mais esperados estão as duas viagens em papamóvel, em Madrid e no Escorial. Durante a visita a Madrid, o Papa vai fazer oito discursos, uma saudação e duas homílias. A chegada de Bento XVI aumentará os já vastos cortes nas estradas de Madrid, tanto no centro como em várias estradas de acesso à capital. O apelo do Papa a uma "respeitosa convivência" entre cristãos e não cristãos acontece no dia seguinte à manifestação laica convocada para o final da tarde de ontem em Madrid, contra a visita do Sumo Pontífice à capital espanhola e os custos que ela representa. A manifestação acabou com a praça Puerta del Sol tomada pela polícia e com centenas de manifestantes, muitos deles oriundos das fileiras do movimento “indignados”, a gritarem palavras de ordem. Oito pessoas foram detidas e 11 ficaram feridas - incluindo três polícias - nos incidentes.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave rainha consumo desemprego sexualidade perseguição