Rússia junta-se finalmente aos países que reconhecem o CNT
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-01
SUMÁRIO: Moscovo juntou-se hoje por fim ao grosso da comunidade internacional no reconhecimento dos líderes da rebelião líbia como representantes do poder legítimos no país, dando uma reviravolta na posição até agora assumida de lealdade ao aliado Muammar Khadafi.
TEXTO: “A Rússia reconhece o Conselho Nacional de Transição como autoridade no poder e saúda o seu programa de reformas que prevê a adopção de uma nova Constituição, a organização de eleições e a formação de um Governo”, é dito num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, poucas horas antes de começar em Paris a cimeira dos “Amigos da Líbia”, onde as potências mundiais vão discutir o “mapa de reconstrução” do país para a era pós-Khadafi. Aliado tradicional do regime de Khadafi, a Rússia guardou praticamente até ao último momento segredo absoluto sobre as suas intenções para esta cimeira – e só mesmo ontem, de resto, anunciou que se faria representar pelo emissário especial do Kremlin para a África, Mikhail Marguelov. E o anúncio hoje feito põe Moscovo agora numa trajectória completamente diferente daquela que assumiu ao longo dos últimos seis meses e meio de guerra civil na Líbia. A Rússia manteve sempre um discurso de oposição à intervenção militar internacional no país, não deu o seu aval à resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas – que autorizou a execução “de todas as medidas necessárias para proteger os civis” na Líbia (com excepção de tropas terrestres), da repressão das autoridades contra a revolta anti-regime – e, recusou-se também, ainda em Julho, a reconhecer o CNT, órgão político dos rebeldes, como “única autoridade” no país, depois de tal legitimidade ter sido dada por mais de 30 países (e, actualmente, 61, já contando com Moscovo). Agora, a lealdade a Khadafi rompeu: “O nosso país estabeleceu relações diplomáticas com a Líbia a 4 de Setembro de 1955 e nunca as quebrou, seja qual for o Governo em Trípoli”, é frisado no documento emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. A China – que também se absteve na votação na resolução 1973 – continua sem ir tão longe como agora foi a Rússia e, mesmo participando hoje na cimeira dos “Amigos da Líbia” em Paris, ficou-se por reconhecer o “papel considerável” do CNT na reconstrução do país. “[Pequim] tem como importante a posição e papel consideráveis do CNT para resolver a questão líbia. Desejamos manter contacto próximo e trabalhar a favor do progresso das relações sino-líbias”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu. Notícia actualizada às 11h30
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra chinês