Governo português não pode alinhar com “ocupação febril” da Líbia, diz dirigente do Bloco de Esquerda
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.05
DATA: 2011-09-11
SUMÁRIO: O dirigente do Bloco de Esquerda (BE) José Manuel Pureza disse hoje que o Governo português não pode alinhar com a “ocupação febril” do território líbio, para ter ali, como dizia há dias o ministro Paulo portas, uma terra das novas oportunidades. Essa é a linguagem duma verdadeira ocupação colonial”.
TEXTO: “O Governo português deve optar pela ponderação” face à situação naquele país africano, defendeu, em declarações à Lusa, durante o Fórum Novas Ideias para a Esquerda, promovido pelo BE até domingo, em Coimbra. O antigo líder parlamentar bloquista considerou que “toda a ajuda ao povo líbio é desejável”, mas criticou, no entanto, o que disse ser a “colonização” por parte de empresas de construção civil, petrolíferas e de exploração de gás natural. “Toda a colonização do território da Líbia por essas empresas que vão explorar as novas oportunidades é indecorosa e não pode ser aceite”, afirmou. De acordo com José Manuel Pureza, docente universitário de relações internacionais, o futuro poderá reservar para a Líbia situações idênticas a outras vividas no Afeganistão e Iraque: “Após a queda de uma ditadura não vem necessariamente uma democracia”, avisou. “O que está a acontecer na Líbia é uma luta intertribal e a NATO decidiu tomar partido nessa luta. O que vem a seguir não é, necessária nem seguramente, a democracia, é um reajustamento das posições entre as tribos. Devia haver o decoro de não anunciar a nova Líbia como a democracia galopante que aí vem”, afirmou. Integrado no programa do Fórum Novas Ideias para a Esquerda, José Manuel Pureza proferiu este sábado a conferência “Líbia: guerra e humanitarismo”, onde analisou a justificação da guerra “através de vestes humanitárias”. “A Líbia é ilustração disto. O que a NATO tem vindo a fazer na Líbia é claramente uma guerra, e o argumento que utilizou para a desencadear foi a protecção de civis, o que é uma coisa completamente paradoxal”, argumentou.
REFERÊNCIAS:
Partidos BE