Os EUA lembram em silêncio o dia inimaginável
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-09-12
SUMÁRIO: Os olhos estiveram hoje postos no Ground Zero, no Pentágono e em Shanksville. Os EUA marcaram os 10 anos dos atentados em homenagens aos quase 3000 mil mortos que reuniram dois Presidentes.A cerimónia de homenagem às vítimas dos atentados de 11 de Setembro começou por volta das 08h30 de hoje (13h30 em Lisboa). Quando os relógios marcavam 08h46 observou-se o primeiro minuto de silêncio. Há exactamente dez anos, o voo 11 da American Airlines chocava contra a Torre Norte do World Trade Center desencadeando os ataques terroristas que marcaram a última década.
TEXTO: No local onde se erguiam as Torres Gémeas estiveram presentes o Presidente Barack Obama e o Presidente de então, George W. Bush, com as respectivas mulheres (Michelle Obama e Laura Bush). Foi a primeira vez que os dois estadistas se encontram naquele local simbólico. A cerimónia começou com uma marcha de uma banda de gaitas de foles e tambores, seguida da entoação do hino nacional pelo Coro Juvenil de Brooklyn. O primeiro a falar, momentos antes do minuto de silêncio referente ao primeiro avião a embater na Torre Norte do WTC, foi o presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg. "Dez anos passaram desde que uma manhã de céu azul se transformou na mais escura das noites", recordou o mayor. O segundo a falar foi Barack Obama, que leu o salmo 46 da Bíblia protegido por detrás de um vidro à prova de bala: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projectem para o meio dos mares; ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua bravura. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; ela não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da aurora. Bramam nações, reinos abalam-se; Ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. O Senhor dos exércitos está connosco; o Deus de Jacob é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra. Ele faz cessar as guerras até aos confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na Terra. O Senhor dos exércitos está connosco; o Deus de Jacob é o nosso refúgio”. Às 09h03 foi observado o segundo momento de silêncio, quando o voo 175 da United Airlines colidiu com a Torre Sul do World Trade Center. O avião, que tinha levantado voo do Aeroporto Logan, em Boston, com destino a Los Angeles, atingiu a torre à altura do 78º andar. George W. Bush, o terceiro dignitário a tomar a palavra durante a manhã - e que foi aplaudido quando começou a falar - optou por ler uma mensagem histórica de Abraham Lincoln (escrita em 1864) para uma mulher que perdeu cinco filhos durante a Guerra Civil. "O Presidente Lincoln não só percebeu o quanto sofria este país, como percebeu o preço do sacrifício e tentou consolar todos aqueles que estavam mergulhados na tristeza". Durante a cerimónia foram sendo enunciados, por ordem alfabética, os nomes de todas as cerca de 2. 980 vítimas dos atentados em Nova Iorque, Washington e Shanksville. Esta homenagem foi, talvez, o acto mais marcante da jornada de homenagem. A leitura dos nomes demorou mais de quatro horas. Os nomes foram lidos por familiares dos mortos; cada pessoa leu um punhado de nomes, incluindo o do familiar que perdeu nos ataques, dedicando-lhe uma mensagem pessoal. Os familiares das vítimas que foram convidados a participar na cerimónia puderam hoje, pela primeira vez, aceder ao espaço que acolhe o memorial do 11 de Setembro. No local onde se erguiam as Torres Gémeas foram criadas dois enormes tanques de água, em torno dos quais foram gravados os nomes das vítimas em grandes painéis de bronze. Internamente, a toda a volta destes dois tanques com a forma da base das torres foram colocadas cascatas de água. Em redor destas duas bacias foram plantadas árvores e relva. Sabe-se que foi criado um algoritmo para se conseguirem dispor, de forma optimizada, os nomes de todas as vítimas nos painéis de bronze. Vários familiares das vítimas decidiram decalcar o nome dos seus entes queridos para folhas de papel. Encostaram o papel ao bronze e, com o auxílio de um lápis de carvão, transferiram os nomes dos seus familiares para as folhas. Outras pessoas colocaram flores ou fotografias nas ranhuras dos nomes gravados no bronze.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra mulher mulheres