Deputado do PS quer que Governo resolva problemas dos funcionários consulares na Suíça
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.2
DATA: 2011-09-13
SUMÁRIO: O deputado Paulo Pisco (PS) disse hoje que o Governo português deve resolver a situação dos funcionários consulares em greve na Suíça, já que está a provocar inúmeros prejuízos, não só financeiros, mas também para a imagem de Portugal.
TEXTO: “O meu desejo é que o Governo tire a cabeça da areia, que olhe para esta situação e resolva o problema de todas estas pessoas”, disse o parlamentar, eleito pela Emigração pelo círculo da Europa. Paulo Pisco acrescentou que ouviu muitos funcionários e percebeu que a situação está a provocar “gravíssimos danos de natureza material e de natureza psicológica”. “Será crueldade demais, será indiferença demais o Governo não dar atenção a esta situação”, disse o deputado, que esteve na Suíça e reuniu-se com os cônsules de Genebra e Zurique, além de inúmeros funcionários. Cinquenta e seis funcionários consulares na Suíça iniciaram no dia 29 de agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros acerca da sua situação salarial. A greve está a ser cumprida pelos trabalhadores da embaixada de Portugal em Berna, da missão junto da ONU em Genebra, os consulados naquela cidade e em Zurique, bem como os escritórios consulares em Sion e Lugano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE). “Eu gostava que o ministro dos Negócios Estrangeiros (Paulo Portas) e o ministro das Finanças (Vítor Gaspar) viessem limpar as lágrimas dos funcionários, que eu vi quando começavam a falar da situação desesperada e de quando têm de dizer aos filhos que não tem dinheiro para lhes dar para as suas necessidades e até para ir à escola”, sublinhou o deputado do PS. Paulo Pisco disse que há um sentimento, que neste momento “é de revolta perante a indiferença do Governo português, que não toma iniciativa de dar satisfação aos funcionários ou de tentar resolver a situação e era isso que o Governo devia fazer”. “Portugal, inclusivamente, não está a respeitar acordos que existem (com a Suíça), que determinam que os seus funcionários devem ter uma remuneração salarial que lhes permitisse viver condignamente” naquele país, indicou. “Os funcionários, inclusive os de topo, não estão a ter uma remuneração condigna porque já estão a receber abaixo do considerado o mínimo aceitável para a sobrevivência de um cidadão aqui na Suíça”, acrescentou. O deputado disse que isso acontece também devido a “questões de natureza cambial, que estão a contribuir fortemente para a degradação da massa salarial”. Paulo Pisco referiu que os portugueses residentes na Suíça estão impedidos de resolverem os seus problemas nos consulados devido à greve, o que é muito preocupante, e que as notícias divulgadas na imprensa suíça sobre esta situação de greve estão a prejudicar a imagem de Portugal naquele país. Segundo o deputado, cerca de 200 mil portugueses estão a viver na Suíça. A Lusa contactou várias vezes o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa, tendo o porta-voz salientado que não vão ser feitos comentários acerca da greve.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS