Texas vai abolir a "última refeição" dos condenados à morte
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DATA: 2011-09-23
SUMÁRIO: O sistema prisional do Texas acabou com a tradição de oferecer uma última refeição especial aos condenados à morte, antes das execuções. A partir de agora, a última refeição será igual à de sempre e à de qualquer outro detido.
TEXTO: Antes de ser executado, na quarta-feira, Lawrence Brewer, acusado de um homicídio de carácter racista, pediu dois bifes de frango, um hambúrguer triplo com bacon, quiabo frito, carne grelhada, pizza, três tacos, gelado e manteiga de amendoim. Quando a comida chegou à sua cela, não comeu nada e disse aos guardas que estava sem fome. Brewer estava acusado há dez anos da morte de James Byrd Jr, um homem negro que prendeu com uma corrente à parte de trás do seu camião e arrastou durante vários quilómetros. Para o senador do Texas John Whitmire a hipótese de escolher uma refeição especial não se justifica. “Já chega”, escreveu Whitmire na quinta-feira aos responsáveis prisionais. “É extremamente inapropriado dar um privilégio destes a alguém condenado à morte. É um privilégio que o criminoso não deu à sua vítima”. Depois de conhecida a carta de Whitmire (que prometeu criar uma lei para o caso se fosse necessário), o director do departamento de justiça criminal do Texas, Brad Livingston, anunciou que a prática iria ser imediatamente abolida. Os presos receberão “a mesma refeição servida aos outros criminosos”, declarou num comunicado. Activistas contra a pena de morte não terão ficado particularmente incomodados com a decisão, porque a tradição da “última refeição” faz o sistema prisional parecer mais misericordioso do que na realidade é. “Sou totalmente contra a pena capital, mas não entendo a lógica da última refeição, e a forma como se tornou neste espectáculo”, comentou à Reuters Jim Harrington, que lidera o Texas Civil Rights Project. O Texas executa quatro vezes mais presos que os restantes estados do país. Não havia ali um limite de preço para o que o detido estava autorizado a pedir, apenas teria de ser alguma coisa confeccionada na própria prisão. Já na Flórida, a última refeição não poderia custar mais de 40 dólares e os alimentos teriam de ser comprados localmente. Outros estados não dão aos detidos o privilégio de escolher o que irão comer pela última vez na vida.
REFERÊNCIAS: