Segundo crime violento este ano contra comunidade portuguesa na África do Sul
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.4
DATA: 2011-10-03
SUMÁRIO: O assassínio dos três membros de uma família de origem portuguesa em Joanesburgo é o segundo episódio este ano de criminalidade violenta contra a comunidade na África do Sul, mas o número de homicídios tem diminuído nos últimos anos.
TEXTO: No domingo passado, um empresário luso-descendente, a sua mulher, sul-africana, e um filho menor de 13 anos, foram mortos a tiro durante um assalto à sua casa no bairro de Walkerville, no sul de Joanesburgo, depois de o homicida ter violado a mulher. O suspeito do homicídio, de 20 anos, filho de uma empregada doméstica das vítimas, foi detido hoje e as autoridades sul-africanas já anunciaram que vão acusá-lo formalmente em tribunal pela autoria dos crimes de homicídio, violação, furto de viatura e de outras propriedades das vítimas. A 17 de Setembro passado, um comerciante oriundo da ilha da Madeira foi morto à facada durante um assalto ao seu estabelecimento na localidade de Kendal, na província sul-africana de Mpumalanga. O madeirense, de 48 anos de idade, pai de duas filhas, de 23 e 25 anos de idade, foi morto por um grupo de assaltantes que se puseram em fuga depois de furtarem todo o dinheiro que tinha em seu poder. Os assassinos ainda não foram presos. Depois das cifras negras de morte de portugueses e luso-descendentes, que ascendem a cerca de 400 desde 1994, nos últimos anos estes episódios violentos diminuíram drasticamente, segundo dados oficiais. A 08 de Setembro, dia em que o Governo sul-africano divulgou novas estatísticas que revelam uma redução significativa na maioria dos crimes graves, nomeadamente nos homicídios, que caíram 6, 5 por cento no ultimo ano, o cônsul-geral português, Carlos Marques, disse que no último ano a que os dados se referem, também o número de portugueses assassinados diminuiu. Segundo dados recolhidos pelo consulado-geral, revelados à Agência Lusa, entre Abril de 2010 e Março de 2011 foram mortos quatro portugueses ou luso-descendentes, contra seis que tinham sido vitimados mortalmente entre Abril de 2009 e Março de 2010. Entre Abril de 2007 e Março de 2008 foram assassinados cinco portugueses, tantos quantos entre Abril de 2008 e Março de 2009. Em 2006, registaram-se 13 homicídios na comunidade portuguesa e 16 em 2005. Para o cônsul-geral, vários factores contribuíram nos últimos anos para a redução de vítimas da criminalidade violenta no seio da comunidade portuguesa, mas a maior visibilidade policial e o aumento dos recursos disponibilizados pelo Governo foram, na sua opinião, os mais importantes. Em pouco mais de uma década a seguir ao desmantelamento do regime do apartheid e à tomada de posse do primeiro Governo democraticamente eleito da história sul-africana, em 1994, cerca de 400 portugueses e luso-descendentes foram assassinados. Especialistas que acompanham este fenómeno consideram que este tipo de criminalidade violenta não é dirigido especificamente à comunidade portuguesa, mas os emigrantes lusos tornam-se alvo dos criminosos por serem pessoas com negócios montados e terem dinheiro disponível. A assinalar a morte dos compatriotas, a comunidade portuguesa erigiu na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no subúrbio de Brentwood Park, um monumento às vítimas, com mais de 400 nomes e fotografias.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano