Caso Amanda Knox: acusação vai pedir recurso ao Supremo
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DATA: 2011-10-05
SUMÁRIO: A acusação do caso do assassínio de Meredith Kercher, em Perugia, em 2007, vai interpor recurso no Supremo Tribunal italiano e mostrou-se confiante na revogação da absolvição de Amanda Knox e Raffaele Sollecito anunciada ontem à noite pelo Tribunal de Recurso de Perugia.
TEXTO: “A sentença de ontem à noite é errada e contraditória. Existe uma primeira sentença que condena os acusados e agora há um recurso que os absolve. Será o Supremo Tribunal a decidir quem tem razão”, adiantou o procurador Giuliano Mignini. Mignini frisou que foi o próprio Tribunal de Recurso de Perugia que condenou a estudante norte-americana a três anos de prisão por caluniar Patrick Lumumba, proprietário de um bar falsamente acusado por Knox de estar na cena do crime na noite da morte de Meredith. “Por que o acusou? Não se sabe”, acrescentou. A família de Meredith Kercher também mostrou a sua perplexidade perante a absolvição de Knox e Sollecito. “Respeitamos a decisão do Tribunal de Recurso, mas não compreendemos como é possível modificar deste modo a sentença emitida no primeiro processo”. E disseram também que não acreditavam que Rudy Guede, um rapaz de 23 anos da Costa do Marfim, condenado com pena definitiva e imutável a 16 anos pela morte de Kercher, seja o único culpado. Amanda Knox já deixou ItáliaA estudante norte-americana, declarada inocente depois de quatro anos detida numa prisão italiana pela morte da jovem britânica Meredith Kercher, chegou ao aeroporto de Fiumicino, nos arredores de Roma, às 9h30 locais (menos uma hora em Lisboa), onde embarcou com os pais num voo da British Airways com destino a Londres para, daí, viajar até Seattle, a sua cidade natal. Depois de deixar a prisão de Capanne, perto de Perugia, Amanda Knox fez algumas declarações. “Suportei o insuportável. Agora só quero voltar a casa, tomar as rédeas da minha vida e reconquistar a felicidade”. A jovem e o ex-namorado, o italiano Rafaelle Sollecito, foram condenados num primeiro processo a 26 e 25 anos respectivamente pelo homicídio da colega de casa de Knox. A jovem disse ainda não sentir rancor pelos italianos. “Quem me estendeu a mão e ofereceu apoio e respeito apesar das polémicas foram os italianos. Foram eles que me escreveram, que me defenderam e que estiveram do meu lado, que rezaram por mim. Estar-lhes-ei sempre agradecida”, escreveu numa carta divulgada pela ANSA. Apesar de já estar a caminho dos Estados Unidos, Knox terá de regressar a Itália, tal como prevê a lei do país, para se submeter a um terceiro e definitivo julgamento sobre o homicídio de Meredith. “Ganhamos uma batalha, mas não a guerra”, admitiu Luciano Ghirga, um dos advogados, depois de a norte-americana ter deixado a prisão. “Agora falta que o Supremo Tribunal se pronuncie. Porém, a extradição de Amanda era a nossa prioridade”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime morte guerra lei homicídio tribunal prisão marfim