Lisboetas decidiram dar um milhão para ajudar a Mouraria
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DATA: 2011-10-08
SUMÁRIO: Depois de o líder da autarquia ter instalado o gabinete no Intendente, muitos cidadãos elegeram o bairro histórico como prioridade para 2012.
TEXTO: Não é fácil traduzir a proposta "Há Vida na Mouraria", ontem declarada a mais votada pelos lisboetas no Orçamento Participativo 2011/12. Define-se como um projecto de acção social, mas não se conhecem bem as suas fronteiras. Visa melhorar o quotidiano de quem vive na Mouraria - o mesmo objectivo que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), disse perseguir quando mudou o gabinete de trabalho para o Largo do Intendente. Entre mais de 800 candidaturas que foram apresentadas à quarta edição do Orçamento Participativo - mecanismo através do qual os eleitores lisboetas podem decidir a aplicação de cinco milhões de euros do orçamento da Câmara de Lisboa -, havia outras propostas para aquele bairro da capital e que acabaram por ser fundidas para desenhar um projecto de alcance social. O valor total da intervenção é de um milhão de euros (o máximo permitido pelo regulamento), sendo o prazo de execução de dois anos. Das centenas de propostas iniciais, a autarquia seleccionou 228 para votação. Desse universo mais restrito, foram escolhidas as cinco mais votadas (ver em baixo). A vereadora responsável pelo processo do Orçamento Participativo definiu a proposta vencedora como "uma nova peça de software social para juntar ao hardware que está a ser integrado naquele bairro". Por outras palavras, pretende-se executar medidas sociais em paralelo com o programa de reabilitação do espaço e de equipamento públicos. Ideia de estudanteA ideia partiu de Sónia Barroso, estudante de Antropologia, que se baseou num trabalho para a faculdade e no qual aborda preconceitos há muito ali existentes. O seu objectivo era encontrar formas de melhorar o dia-a-dia das pessoas, as relações interpessoais e valorizar o património cultural. A fusão com outras ideias para o bairro, por semelhança ou complementaridade, aconteceu por proposta do gabinete do Orçamento Participativo, que faz a selecção inicial das propostas elegíveis e a submete à votação. Nuno Franco, da Associação Renovar a Mouraria, que apelou ao voto nessa candidatura, refere que a proposta mereceu o apoio de "20 entidades ligadas ao Plano de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria". Um plano que quer "desenvolver actividades na criação de emprego, capacitação, formação, valorização do espaço público através de actividades com a população". "O projecto irá trabalhar com grupos de risco, nomeadamente toxicodependentes, prostitutas, mas não só. Pretende chegar a toda a população, através de acções reais, fazendo confluir diferentes culturas, numa riqueza multicultural que um único bairro reúne, pelas imensas culturas que aqui confluem. "Segundo Nuno Franco, estas entidades estão já no terreno a trabalhar, provas dadas do trabalho realizado junto da população. O prazo de execução das propostas vencedoras desta quarta edição do Orçamento Participativo é de 24 meses. O que não quer dizer que assim aconteça. Dos anos anteriores, só as medidas eleitas pelos cidadãos na primeira edição estão totalmente executadas. A proposta vencedora em 2009, por exemplo, e que previa o melhoramento do canil/gatil municipal, só deverá estar concluída em Fevereiro de 2012, alegando a câmara que foram duplicados os custos devido a novas exigências de construção. O projecto vencedor em 2010, o campo de râguebi municipal para a Alta de Lisboa, ainda não saiu do papel. O balanço da edição 2011 salda-se por menos propostas submetidas e postas à votação mas muitos mais votantes. Mesmo assim, houve 16 propostas que não mereceram votos, o que significa que nem os autores da candidatura participaram na votação para apoiarem a sua ideia. Os vencedoresHá Vida na Mouraria - 1779 votos As linhas mestras apostam na valorização da Mouraria, o bem-estar e a coesão social no território. Abrange as freguesias do Socorro, Anjos, S. Cristóvão, S. Lourenço e Santa Justa.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS