Governo israelita aprova acordo de troca de mil prisioneiros pelo soldado Shalit
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DATA: 2011-10-12
SUMÁRIO: Depois de o anúncio já ter sido feito ontem, foi assinado esta madrugada o acordo entre o governo israelita e o movimento palestiniano Hamas que prevê a libertação de um milhar de prisioneiros palestinianos em troca do soldado israelita Gilad Shalit.
TEXTO: O acordo foi subscrito após uma reunião de quase cinco horas em que estiveram presentes 26 ministros. Três pesos pesados do Executivo israelita, Avigdor Lieberman (Negócios Estrangeiros), Ouzi Landau (Infraestruturas) e Moshe Yaalon (Negócios Estratégicos) votaram contra. Os mais altos responsáveis da segurança israelita, nomeadamente o ministro da Defesa Ehud Barak, o chefe de Estado-maior Benny Gantz e os chefes do Shin Beth (segurança interna) e da Mossad (serviços secretos), Yoram Cohen e Tamir Pardo, apoiaram o acordo com o movimento Hamas que se mantém no poder na Faixa de Gaza. “Concluímos as árduas negociações com o Hamas para a libertação de Gilad Shalit. Ele regressará a casa nos próximos dias”, sublinhou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após o acordo durante uma aparição na televisão nacional. O soldado israelita Gilad Shalit, que também possui nacionalidade francesa, tem estado detido num local secreto desde que foi feito prisioneiro, em 2006. Com este acordo, Shalit, de 25 anos, poderá regressar “são e salvo para junto da sua família e para Israel”. O pai do soldado, Noam Shalit, agradeceu a Benjamin Netanyahu a sua decisão e a mãe, Aviva, afirmou aos jornalistas não ter palavras para exprimir a sua alegria. O caso do soldado Shalit emocionou Israel e a sua família manteve sempre acesa a luta pela sua libertação, mas há muitos israelitas que viram membros das suas famílias mortos por militantes palestinianos e que se opõem, por princípio, a qualquer libertação massiva de prisioneiros. Com este acordo serão libertados 1027 detidos palestinianos, entre eles 27 mulheres, confirmou o líder do Hamas, Khaled Meshaal, acrescentando que o acordo foi celebrado na Faixa de Gaza por milhares de pessoas. O líder do Hamas explicou ainda, num comunicado transmitido pela televisão, que 450 prisioneiros palestinianos deverão ser libertados dentro de uma semana e os restantes em cerca de dois meses. Inicialmente chegou a ser referido que entre os palestinianos libertados estaria o líder histórico Marwane Barghouti, líder da segunda Intifada, em 2000, que foi detido pelas autoridades israelitas em 2002, acusado por cinco homicídios e condenado a prisão perpétua. Mas mais tarde Israel negou essa informação. "Barghouti não vai ser libertado", disse aos jornalistas o chefe do serviço de segurança interna israelita Shin Beth, Yoram Cohen. Abdullah Barghouti, um estudante de engenharia originário do Kuwait e considerado especialista em explosivos que em 2007 foi acusado pela morte de 66 israelitas e condenado a prisão perpétua, também não será libertado. Entre os líderes palestinianos que poderão ser libertados contam-se Ibrahim Hamed, chefe das operações militares do Hamas na Faixa de Gaza, que foi detido em 2009 e a quem o antigo primeiro-ministro Ehud Olmert se referiu como "extremamente perigoso".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte prisão mulheres