Israel e Hamas acordam troca do soldado Shalit por 1027 presos palestinianos
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DATA: 2011-10-12
SUMÁRIO: Israel e o Hamas chegaram a acordo para a libertação do soldado israelita Gilad Shalit em troca de prisioneiros palestinianos, confirmou uma fonte próxima do movimento islamista que controla a Faixa de Gaza.
TEXTO: O acordo prevê a libertação de 1027 detidos palestinianos, entre eles 27 mulheres, segundo a AFP. O anúncio foi feito antes de uma reunião de emergência convocada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para debater a questão da libertação de Shalit, adiantou o diário israelita Ha’aretz. O entendimento foi alcançado através de mediação egípcia e deverá ser aplicado nos próximos dias. Inicialmente chegou a ser referido que entre os palestinianos libertados estaria o líder histórico Marwane Barghouti, líder da segunda Intifada, em 2000, que foi detido pelas autoridades israelitas em 2002, acusado por cinco homicídios e condenado a prisão perpétua. Mas mais tarde Israel negou essa informação. "Barghouti não vai ser libertado", disse aos jornalistas o chefe do serviço de segurança interna israelita Shin Beth, Yoram Cohen. Entre os líderes palestinianos que poderão ser libertados estará Ibrahim Hamed, chefe das operações militares do Hamas na Faixa de Gaza, que foi detido em 2009 e a quem o antigo primeiro-ministro Ehud Olmert se referiu como "extremamente perigoso". E Abdullah Barghouti, um estudante de engenharia originário do Kuwait e considerado especialista em explosivos que em 2007 foi acusado pela morte de 66 israelitas e condenado a prisão perpétua, adiantou o Ha’aretz. O líder do Hamas Khaled Meshaal explicou, num comunicado transmitido pela televisão, que 450 prisioneiros palestinianos deverão ser libertados dentro de uma semana e os restantes em cerca de dois meses. O acordo terá agora de ser aprovado pelo Governo israelita, mas responsáveis do gabinete de Netanyahu adiantaram ao Ha’aretz que o entendimento deverá ser aprovado. Uma das incógnitas, adiantou o diário israelita, é o voto do ministro dos Negócios Estrangeiros Avigdor Lieberman, do partido Yisrael Beiteinu e de alguns ministros do Likud que também se têm oposto à libertação de prisioneiros palestinianos. Na página na Internet do braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, foi anunciado que o acordo deverá ser aplicado “dentro de alguns dias”. Gilad Shalit foi raptado em Junho de 2006 por um comando de três grupos armados palestinianos, entre eles o braço armado do Hamas. O soldado israelita, que também possui nacionalidade francesa, tem estado detido num local secreto. O Hamas defendeu que fosse trocado por um milhar de palestinianos, mas as negociações nunca chegaram a um acordo. Em causa estava, por exemplo, a identidade dos detidos que seriam postos em liberdade em troca de Shalit. Israel tem recusado libertar na Cisjordânia detidos suspeitos de envolvimento em atentados. Pouco após o anúncio do acordo, o primeiro-ministro israelita confirmou que tinha apresentado ao Governo a proposta que permitirá libertar Shalit “nos próximos dias”. E adiantou que o soldado será trazido “são e salvo para junto da sua família e para Israel”. O acordo, disse, “foi definitivamente assinado”. As negociações indirectas decorreram entre uma delegação do Hamas liderada por Ahmad al-Jaabari, líder das Brigadas Ezzedine al-Qassam, e responsáveis israelitas, na sede dos serviços de informação egípcios, adiantou um responsável palestiniano citado pela AFP. Em Gaza a notícia foi recebida com festejos. Dezenas de milhares de palestinianos juntaram-se para celebrar o acordo de troca de Shalit por centenas de prisioneiros palestinianos, adiantaram responsáveis do Hamas. Segundo a Autoridade Palestiniana, estão nas prisões israelitas cerca de 6000 prisioneiros da Palestina, entre eles 38 mulheres e 280 crianças. Notícia actualizada às 23h25
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte prisão mulheres