Ainda somos conservadores quando lemos ebooks
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-10-13
SUMÁRIO: O que os adultos querem de um ebook é que ele seja o mais parecido com o livro em papel. Só abrem uma excepção para a criatividade: quando se trata de literatura infantil. As vendas de livros impressos caíram em 2010 e os géneros mais afectados foram a ficção e a literatura infantil. E é o grupo britânico Pearson que lidera o mercado mundial foi hoje divulgado no primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt.
TEXTO: Os leitores que compram ebooks actualmente nos Estados Unidos são muito conservadores. "Querem ler nos seus ereaders o que lêem no papel. A questão agora é saber se no futuro esses leitores vão querer ter nos seus aparelhos coisas mais criativas", disse John Makinson, ontem à tarde, no primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt, numa sessão onde se discutiam quais os novos horizontes para a indústria editorial global. Mas quando se entra no mercado da literatura infantil, a percepção dos leitores é diferente. "Basta ver uma criança de dois anos a mexer num iPad, um tablet da Apple, para se perceber o que vai acontecer no futuro", acrescentou o CEO da Penguin. Um leitor habitual de livros em formato digital está disposto a pagar mais dinheiro por uma aplicação ou por um ebook que tenha toda a tecnologia multimédia que lhe pode estar associada - vídeo, áudio, etc, etc - se se tratar de um livro de literatura infantil. Mas quando se entra no mercado de livros para adultos, o que os leitores querem ainda é ter a mesma experiência que têm ao ler um livro em papel. Outros dos dilemas que a marca Penguin enfrenta num momento em que a digitalização facilita a globalização é saber se deve continuar a apostar no mercado da língua inglesa ou se deve optar por estender a sua marca para outros países, como já fez no Brasil numa associação com a editora Companhia das Letras. O CEO da Penguin, John Makinson, falava durante a sessão onde foi divulgada a lista dos maiores grupos de editores do mundo em 2011 feita pela revista especializada LivresHebdo . O grupo britânico Pearson aparece em primeiro lugar nesta classificação da indústria editorial. Com as suas duas marcas - a Pearson Education e a Penguin - teve em 2010 o melhor ano da sua história com um total de volume de negócios de 6102 milhões de euros. A Pearson Education é considerado o mais importante editor escolar do mundo e a Penguin Group (Dorling Kindersley, Puffin e Ladybird) é um dos principais editores generalistas mundiais com a publicação de 4 mil novos títulos por ano. A uma distância de mais de 700 milhões de euros aparece nesta lista da LivresHebdo em segundo lugar, o grupo Reed Elsevier com um total de 5387 milhões de euros em 2010. Com as marcas Lexis Nexis e Elsevier Science, este grupo é especializado em publicação de livros de ciência, medicina, direito e gestão. Em terceiro lugar na lista ficou o grupo canadiano Thomson Reuters. Em quinto, a Bertelsmann, seguida da Hachette Livre em sexto. É o quinto ano que este palmarés que classifica os grupos editoriais mundiais é realizado pela revista francesa em conjunto com a Rudriger Wischenbart Content and Consulting. Pela primeira vez entraram na lista grupos editoriais chineses, russos e brasileiros. Na China, no Brasil e na Coreia os novos gigantes da edição estão ligados à edição escolar e universitária. Um outro relatório sobre a vendas de livros mundiais foi divulgado durante a conferência TOC – Tools of Change em Frankfurt. A Nielsen Book revelou que as vendas de livros impressos continuaram a cair em 2010 em diversos mercados e concluiu que as condições macroeconómicas vão ficar piores antes de melhorarem. No mercado a maior queda na venda de livros impressos deu-se na Irlanda (8, 7 %), no Reino Unido (6, 1%), nos EUA (5, 7%) e em Espanha (2, 3 %). O género literário mais afectado por esta quebra de vendas nos livros impressos foi a ficção seguida dos livros infantis.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE