Khamenei considera “absurdas” acusações sobre plano para matar embaixador saudita
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento -0.5
DATA: 2011-10-16
SUMÁRIO: O guia supremo iraniano Ali Khamenei rejeitou as acusações dos EUA que implicam o Irão num complot para assassinar o embaixador saudita em Washington, que considerou “absurdas”. Na ONU, a delegação saudita pede que o Conselho de Segurança seja informado.
TEXTO: É Khamenei quem determina as grandes orientações políticas internas e externas do Irão, por isso as suas palavras têm um peso importante. E “absurda” foi a palavra que o ayatollah escolheu para se referir às acusações norte-americanas sobre o envolvimento de Teerão numa conspiração para assassinar Adel al-Jubeir, embaixador saudita em Washington. A alegada conspiração foi denunciada na quarta-feira pelas autoridades norte-americanas. Os EUA e as autoridades de Riad defendem que Teerão deve prestar contas sobre este complot, mas para Khamenei “os Estados Unidos criaram toda a história nos últimos dias, com acusações absurdas contra um certo número de iranianos e acusando o Irão de apoiar o terrorismo, um tipo de conspiração para isolar o Irão”, disse num discurso transmitido pela televisão iraniana e citado pela AFP. Na quarta-feira a justiça norte-americana acusou dois iranianos de envolvimento na alegada conspiração para assassinar o embaixador saudita no âmbito de uma operação que teria sido preparada pelas autoridades de Teerão, que rejeitaram de imediato as acusações e consideraram-nas uma manipulação destinada a dividir os países muçulmanos, proteger Israel e isolar Teerão. Khamenei já se tinha referido a esta questão na quinta-feira, ao dizer que Washington pretende disseminar a “iranofobia”, sublinha a AFP, mas agora acusou os EUA de “criar regularmente este tipo de conspirações inúteis”. Apesar de o regime de Teerão negar qualquer envolvimento, na quinta-feira o Presidente norte-americano Barack Obama garantiu que “o complot para assassinar o embaixador da Arábia Saudita é incontestavelmente obra de iranianos com ligações ao regime”. Esta denúncia poderá levar ao reforço das sanções contra Teerão, já visado por seis resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra o seu programa nuclear. Os EUA, a União Europeia e vários países asiáticos reforçaram as sanções contra Teerão desde o Verão, com a imposição de embargos financeiros e comerciais. Neste sábado, a agência oficial saudita SPA noticiou que as autoridades de Riad pediram ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que informe o Conselho de Segurança sobre o que aconteceu e desde quarta-feira que os EUA têm estabelecido contactos com os embaixadores de países que fazem parte do Conselho de Segurança para que seja encontrada uma resposta diplomática para esta questão. “Este complot representa uma violação flagrante das leis e convenções internacionais”, adianta a SPA ao citar um comunicado da delegação saudita na ONU. Depois de a conspiração ter sido denunciada, o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Ali Akbar Salehi, descreveu-a como uma tentativa para semear a divisão e criar tensões entre o Irão e os seus vizinhos árabes mas fez questão de dizer que Teerão tem “boas relações com a Arábia Saudita”. Essas relações têm sido, no entanto, marcadas por uma tensão que aumentou neste ano na sequência da intervenção saudita no Bahrein para reprimir uma revolta da maioria xiita contra a dinastia reinante sunita, recebida com desagrado pelo regime xiita de Teerão.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU EUA