Monti compromete-se com rigor orçamental e assume que joga o futuro do euro
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-11-17
SUMÁRIO: O novo primeiro-ministro de Itália, o economista Mario Monti, disse no Senado, nesta quinta-feira, que a acção do seu Governo se vai centrar no “rigor orçamental”, no “crescimento” e na “equidade”, para tirar o país da crise.
TEXTO: “A ausência de crescimento anulou os sacrifícios” já feitos no quadro dos últimos planos de austeridade, afirmou citado pela AFP, comprometendo-se a respeitar o objectivo do equilíbrio orçamental em 2013 e a reduzir a colossal dívida pública do país, que ascendia a 1, 9 biliões de euros no final do ano passado e representava cerca de 120% do PIB. “Precisamos de medidas para tornar a economia menos esclerosada, ajudar ao nascimento de novas empresas e favorecer o emprego dos jovens e das mulheres”, referiu. Monti disse que “o futuro do euro dependerá também do que a Itália fizer nas próximas semanas”, ao fazer o seu primeiro discurso no Senado, antes de um voto de confiança marcado para hoje à tarde, e de apresentar as principais do plano de austeridade com que conta governar nos próximos tempos. Também para Monti “a Europa vive os seus anos mais difíceis desde o pós-guerra” – subscrevendo assim a ideia da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, num discurso perante os órgãos do seu partido há poucos dias. Na sua opinião, “o projecto europeu não poderia sobreviver a uma eventual falência da união monetária”. Mario Monti e o seu Governo tomaram posse ontem, e o novo primeiro-ministro irá na próxima semana a Bruxelas para apresentar o seu projecto de reformas no país. Irá também a Berlim, Paris e Londres. Angela Merkel já lhe enviou uma carta de felicitações, onde lhe lembra “as grandes esperanças” que despertou e lhe pediu para “aplicar rapidamente as reformas decisivas e necessárias”. Protestos e confronto com a Polícia em MilãoEntretanto, hoje de manhã, centenas de estudantes protestaram em Milão, a capital financeira italiana, contra o que dizem ser o “Governo dos banqueiros” liderado por Mario Monti, e eclodiram confrontos com a polícia, segundo testemunhas citadas pela Reuters. Os estudantes terão lançado bombas incendiárias sobre a polícia, que tentava impedi-los de se aproximarem da Universidade Bocconi, que é presidida por Monti (um economista muito apreciado pelos dirigentes das instituições europeias) e se tornou um símbolo do seu novo Governo de tecnocratas. A polícia carregou com cassetetes sobre os estudantes, que também atiraram ovos e falsas notas de dólares sobre o edifícios da associação de bancos italiana. Para a economista e politóloga italiana Loretta Napoleoni, que é professora na Judge Business School de Cambridge, em Inglaterra, a mudança de governo não será suficiente para acalmar duradouramente os mercados. Segundo explica no site www. ilfatto. it (citada pela AFP), “o perigo” é que Monti, tal como o seu colega grego Lucas Papademos, “dois tecnocratas convictos, continuem a seguir a política europeia de defesa do euro e de austeridade sem qualquer objecção, precipitando a UE na sua pior recessão desde 1929”.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE