Bélgica deverá ter governo em funções para a semana
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-02
SUMÁRIO: No final de uma crise política de 535 dias - um recorde mundial - a Bélgica vai finalmente ter um novo governo em pleno exercício que, pela primeira vez em 37 anos, será dirigido por um francófono, Elio di Rupo.
TEXTO: Os seis partidos flamengos e francófonos que estavam em negociações desde Agosto chegaram a acordo ontem à noite sobre a formação de um Executivo belga. Os representantes dos seis partidos em negociações (socialistas, liberais e democratas cristãos das duas grandes comunidades do país - flamengos e francófonos) chegaram a acordo sobre os últimos pontos em discussão neste pacto: o próximo primeiro-ministro será o líder socialista francófono Elio Di Rupo, o que supõe que um francófono será o chefe do governo belga pela primeira vez desde 1974. Di Rupo, de 60 anos e filho de imigrantes italianos, abandonou ontem à noite o edifício onde decorriam as negociações com um sorriso mas sem prestar declarações. Os seis partidos passarão o dia de hoje relendo o conteúdo do que foi acordado - cerca de 185 páginas -, findo o qual é esperada a “luz verde” definitiva para que o governo possa tomar posse na próxima segunda-feira. Está, porém, por determinar a composição do governo. Os partidos flamengos - cuja comunidade é maioritária na Bélgica - já fizeram saber claramente que não veria com bons olhos que houvesse mais ministros da minoria francófona que da maioria flamenga no novo governo. Após a tomada de posse, Di Rupo deveria apresentar o seu governo e o seu programa ao Parlamento, um trâmite que requer dois dias, pelo que o novo Executivo poderá estar em marcha a partir de quarta-feira, aproximadamente, calcula a EFE. O principal obstáculo ao acordo selado ontem já tinha sido superado no sábado, com um acerto sobre o orçamento federal para os próximos três anos destinado a alcançar o equilíbrio fiscal em 2015. Hoje a Bélgica vive uma jornada de contestação social, depois das três principais centrais sindicais terem convocado um megaprotesto para Bruxelas contra as medidas de austeridade. Uma crise com quase dois anosA crise política belga começou em Abril de 2010, quando a coligação governamental se desfez por causa de divergências sobre o distrito eleitoral e judicial Bruxelas-Halle-Vilvoorde (BHV), que agrupa a cidade de Bruxelas (oficialmente bilingue mas com uma maioria francófona) e os municípios flamengos da sua periferia (com uma importante minoria francófona). As eleições de Junho de 2010 não resolveram a questão, já que o vencedor do escrutínio foi o partido nacionalista flamengo N-VA, partidário de uma transição soberana progressiva em direcção à independência da Flandres (grosso modo, a metade norte do país). Durante praticamente um ano, o líder do N-VA - o polémico Bart De Wever - colocou entraves de todo o tipo às negociações com vista à formação de governo. Finalmente, em Maio de 2011, o rei Alberto II entregou a Di Rupo a responsabilidade de formar um governo de coligação. O acordo final sobre todos os pontos tardou até agora a ser aprovado.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave filho comunidade social minoria