Pilotos mantêm greve apesar dos impactos na operação da TAP
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DATA: 2011-12-07
SUMÁRIO: Até agora, não houve consenso entre as partes e mantém-se a paralisação de oito dias. Transportadora aérea estatal penalizada por vaga de cancelamentos de reservas.
TEXTO: A menos de 48 horas do início da greve dos pilotos, não há ainda sinal de entendimento entre o sindicato, a TAP e o Governo. Apesar de só começar na próxima sexta-feira, os efeitos negativos desta paralisação na operação da transportadora aérea já se sentem. “Está a ser muito significativo o impacto na operação”, disse fonte oficial da TAP ao PÚBLICO, referindo-se ao facto de a empresa estar a registar um elevado número de cancelamentos de reservas por parte dos passageiros que tinham voos marcados para as datas da greve (9, 10, 11 e 12 de Dezembro e ainda 3, 4, 5 e 6 de Janeiro). A TAP tem conseguido, junto dos clientes, antecipar ou adiar parte das reservas, mas não conseguiu travar a vaga de cancelamentos, apesar de ainda não ser certo que esta greve avance. Os pilotos estão a reivindicar o cumprimento das normas do Acordo de Empresa e contestam uma alegada desigualdade salarial. Além disso, exigem ser envolvidos no processo de privatização da companhia de aviação nacional. Fazem-no com base num acordo assinado com o Governo em 1999, no qual ficou estabelecido que estes trabalhadores abdicariam da revisão salarial e dos ganhos de produtividade em troca de uma participação na TAP, entre 10 e 20%, quando a transportadora fosse vendida. O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil esteve reunido com a administração da TAP no final de Novembro, mas esse encontro não chegou para que chegassem a acordo e a greve fosse suspensa. Têm sido mantidos contactos com o Governo, que, de acordo com fonte oficial do Ministério da Economia, pediu aos pilotos “responsabilidade e bom senso”. Serviços mínimos para as ilhas, Brasil e ÁfricaO sindicato, que continua a não fazer comentários sobre as negociações, não terá ainda respondido aos apelos, esperando-se que reajam a tempo de se desconvocar a paralisação que começa sexta-feira. Mesmo que os protestos avancem, a operação da TAP já estará comprometida. Até poderá haver pilotos que não aderem à greve, mas os aviões vão estar vazios. A companhia de aviação continua a dizer aos passageiros “para só se dirigirem ao aeroporto se tiverem certeza de que os seus voos estão garantidos”. Foram definidos serviços mínimos para esta paralisação, pelo Conselho Económico e Social (CES). Estão garantidas todas as ligações para os Açores, quatro para a Madeira e duas para Luanda, para o período entre 9 e 12 de Dezembro. Para Janeiro, ficou definida a realização obrigatória de todos os voos para os Açores e Madeira e ainda três para Luanda, dois para o Rio de Janeiro e um para Bissau, Maputo e Caracas. O SPAC contestou a decisão do CES, considerando que se trata de “uma cedência aos interesses da TAP e do Governo na procura da minimização dos efeitos da greve”.
REFERÊNCIAS:
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