Mentor: um ombro amigo que pode ajudar no futuro
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 5 Asiáticos Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 3 | Sentimento 0.187
DATA: 2011-12-11
SUMÁRIO: Um mentor é alguém que se dispõe a estar ao lado de um adolescente em risco para lhe proporcionar uma relação sólida e ser um modelo consistente. A figura de mentor é muito popular nos Estados Unidos, e só em Nova Iorque há centenas de programas de mentores quase para todos os gostos: só para raparigas, para cientistas negros, para gays, lésbicas e transgender, para pessoas com deficiências.
TEXTO: O PÚBLICO visitou vários programas e falou com mentores e protegidos e com responsáveis. Aqui fica o que eles dizem sobre esta forma de voluntariado e ajuda:Joy Schwartz, mentora de Ore Adelaja no programa Girls Quest "Sinto-me realizada ao saber que posso ter uma influência positiva"“Decidi ser mentora porque uma jovem profissional na cidade de Nova Iorque pode ficar muito isolada, demasiado concentrada na carreira. Logo que estabilizei a minha vida de adulta - conseguir arranjar um apartamento, pagar as contas e ter essa parte resolvida -, decidi oferecer-me para este programa. Fazer isto ajuda-me a sentir um pouco realizada, já que posso ter alguma influência positiva. Queria uma mentoranda que gostasse de desafios. Não tento orientá-la nas suas escolhas, mas sou obcecada com ter objectivos e traçar planos para os atingir. Muitas vezes eu e a Ore discutimos isso: se ela quer uma coisa, tem de ter um plano para o conseguir. ”Ore Adelaja, mentoranda de Joy no programa Girls Quest, Manhattan "A minha mentora ajudou a preparar-me para conviver com pessoas diferentes"“Andamos muito a pé, nunca estive tão em forma! Com a Joy tenho conhecido muitas coisas em Nova Iorque, já experimentámos muitas coisas, fomos ao bairro coreano, etc. A escola onde eu andava tinha uma maioria de negros, e no meu novo liceu não há negros. Há chineses, asiáticos, diferentes tipos de brancos. A Joy ajudou-me também nisso, a preparar-me para conviver com pessoas diferentes. Nasci na Nigéria, vim para Brooklyn com os meus pais quando tinha dois anos. Recentemente voltei lá e fiquei muito impressionada: não podia beber água, há malária. . . Isso inspirou-me: quero ser médica e o meu sonho é abrir um hospital na Nigéria. ”Susan Varghese, directora de programas do Girls Quest, um programa de mentores para raparigas em Manhattan "Contam-se pelos dedos das mãos os casos que não resultam"“O programa funciona com o compromisso de um mínimo de um ano e encontros entre mentores e protegidos pelo menos duas vezes por mês. Delineamos objectivos para a relação, perguntamos inicialmente a ambas o que querem conseguir, e vamos avaliando. Porque são duas pessoas que não se conhecem e é suposto passarem tempo juntas, isso pode ser um pouco estranho. Para encontrar os pares fazemos um intenso processo de entrevista depois ficamos com uma boa ideia de personalidade e o que procuram, em termos de idade, raça, religião, interesses, local de residência. Há uma preferência comum das adolescentes: muitas querem uma mentora jovem. querem uma irmã, não uma mãe ou avó. Mas já tive mentoras óptimas na casa dos 50. Faço isto há vários anos, e contam-se pelos dedos da mão os pares que não resultaram. ”Anthony Whittaker, responsável do programa Goodwill Goodguides, Queens "Os mentores podem mostrar aos miúdos que há carreiras fora dos gangues"“Quanto era jovem passei o mesmo que muitos miúdos que precisam de mentores: um lar sem pai, família envolvida em drogas. Mas consegui ficar longe das ruas graças ao desporto. Fiz várias coisas na vida: fui polícia, trabalhei num banco, mas estive sempre ligado ao deporto enquanto treinador de basquete. Foi assim que conheci muitos jovens de quem fui mentor, porque reconheci em muitos o perigo de caírem nas ruas. Alguns deles são hoje meus amigos. E outros ofereceram-se para serem eles próprios mentores no programa que eu dirijo. Os mentores só têm de ser eles próprios. Podem mostrar aos miúdos que há uma carreira fora dos gangues, seja a trabalhar nos Correios ou numa empresa de informática. Hoje trabalho neste programa que envolve cerca de 100 adolescentes; em alguns casos, mais difíceis, sou eu próprio mentor. Por exemplo, um miúdo que conheci quando me tentou roubar uma bola num jogo. Esse vai dar muito trabalho. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola ajuda raça