Concorrente à compra da EDP vai dispensar 11 mil trabalhadores
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-12
SUMÁRIO: A empresa de energia alemã E.ON, que pretende comprar a quota do Estado português na EDP, vai dispensar 11.000 dos seus 80.000 funcionários que tem a nível mundial, confirmou hoje um porta-voz da empresa.
TEXTO: Só na Alemanha, a E. ON prescindirá de 6000 trabalhadores, cerca de 3000 através da pré-reforma, noticiou o matutino Rheinische Post. Os negócios da E. ON foram afectados pela decisão do governo germânico de encerrar todas as centrais nucleares até 2022, e também porque as suas apostas no sector do gás natural não têm dado o rendimento previsto. A maior energética alemã tenciona apostar mais nas energias renováveis e fez uma oferta vinculativa para compra da participação do Estado português na EDP, noticiou o semanário Der Spiegel. A mesma publicação refere que, em reunião realizada na quinta-feira, o conselho fiscal da E. ON deu “luz verde” ao presidente executivo, Theyssen, para avançar com a operação, que consiste na compra a Portugal da quota de 21, 35% na EDP, por um montante que deverá estar entre os 2300 e os 2700 milhões de euros. O governo português reduziu recentemente a quatro os candidatos à compra da referida quota, dando também preferência aos alemães. Além da E. ON, os outros candidatos escolhidos foram as brasileiras Electrobras e Cemig e a chinesa Three Gorges. Portugal tenciona concluir o processo de privatização da EDP, incluído nas medidas de ajustamento orçamental negociadas com a troika, até ao final deste ano. A participação da E. ON na EDP é encarada como parte da nova estratégia da empresa de Duesseldorf para investir mais em energias renováveis em Portugal, nomeadamente na energia eólica e na energia solar. Com a aquisição da EDP, o gigante alemão poderia tornar-se líder do mercado mundial no sector das renováveis, segundo as mesmas fontes. Além disso, a EDP opera no Brasil, o que também foi importante para despertar o interesse germânico na empresa liderada por António Mexia. A E. ON supõe que os investidores chineses tenham feito uma proposta mais avultada, mas considera que tem hipóteses de ganhar o concurso, graças aos planos de investir nas energias renováveis em Portugal. Assim, se o governo português decidir vender a quota na EDP à E. ON, esta poderá deslocar para Portugal os departamentos que estarão envolvidos nos projectos com fontes renováveis, adianta o Der Spiegel. A E. ON recusou-se, até agora, a comentar a notícia. Os quatro grupos concorrentes à privatização da EDP entregaram na sexta-feira as propostas vinculativas à compra da posição pública na eléctrica, que deverá estar concluído até ao final de Janeiro do próximo ano. Pelo caminho ficaram a indiana Birla, por não satisfazer as condições do governo societário nem o preço, e a japonesa Marubeni devido a uma avaliação menos satisfatória do projecto estratégico.
REFERÊNCIAS:
Entidades TROIKA