Vacina contra a hepatite B passa a ser dada só aos bebés
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-14
SUMÁRIO: O Programa Nacional de Vacinação vai sofrer algumas alterações já em 2012. A vacina contra a hepatite B passa a ser dada só aos bebés e deixa de ter um reforço entre os dez e os 13 anos. Também a vacina contra a meningite deixa de ter três doses e a imunização passa a ser feita com uma única toma aos 12 meses.
TEXTO: O director-geral da Saúde, Francisco George, em declarações ao PÚBLICO, garantiu que, apesar das mudanças se traduzirem numa poupança de sete milhões de euros e permitirem reduzir os custos do Programa Nacional de Vacinação (PNV) para 18, 5 milhões de euros, “são razões epidemiológicas” que justificam as alterações propostas e “não quaisquer constrangimentos orçamentais”. No caso da hepatite B, exemplificou Francisco George, os recém-nascidos são vacinados durante os primeiros seis meses de vida e os estudos científicos indicam que o reforço entre os 10 e os 13 anos não é necessário. Questionado sobre se a vacina não vê a sua eficácia reduzida, o director-geral da saúde garantiu que “a protecção está garantida e a decisão tem como base evidência científica”. No documento a que o PÚBLICO teve acesso e onde são descritas e justificadas as decisões, entretanto homologadas pelo Ministério da Saúde, é também explicado que a vacina contra as infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV), precursor de alguns tipos de cancro do colo do útero, passa a ser administrada apenas às raparigas com 13 anos. Esta decisão resulta do facto de a campanha de vacinação das raparigas com 17 anos ter sido já concluída, estando esta faixa etária vacinada. “Desde 2008 que a vacina HPV tem sido administrada por rotina aos 13 anos de idade e em regime de campanha, durante três anos (2009, 2010, e 2011), às raparigas de 17 anos de idade. Tendo as raparigas abrangidas pela vacinação de rotina (13 anos) atingido a idade de vacinação em Campanha (17 anos), esta deixa de se justificar”, lê-se no documento. Francisco George assegurou, contudo, que as raparigas abrangidas pela campanha e que por qualquer razão ainda não tenham feito todas as doses “vão poder completar a imunização gratuitamente”. No que diz respeito à vacina contra a infecção pelo Meningococo C (que provoca um dos tipos de meningite), “em vez de um esquema de três doses aos três, aos cinco e aos 15 meses”, passa a ser dada “uma dose única aos 12 meses”. A Direcção-Geral da Saúde justifica que a alteração é “proposta com base na epidemiologia, na dinâmica do microrganismo e da doença e nos resultados da vacinação” – o que está em linha com a opção feita por outros países europeus. Sarampo antecipadoDa mesma forma, e como o PÚBLICO já tinha avançado , perante o surto de sarampo que está a afectar a maior parte dos países europeus e que já justificou um alerta por parte da Organização Mundial de Saúde , a DGS decidiu antecipar a vacina contra o sarampo, a parotidite epidémica (papeira) e a rubéola, a VASPR, dos 15 para os 12 meses, “o que permite imunidade mais precoce sem interferência significativa dos anticorpos maternos uma vez que se estima que a partir desta data a maioria das crianças nasce de mães já vacinadas”. O Programa Nacional de Vacinação é da responsabilidade do Ministério da Saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população portuguesa. As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de um ano para o outro, em função da adaptação da imunização às necessidades da população. Embora no início da década de 1960 já se administrassem dezenas de milhares de vacinas em Portugal, o PNV arrancou oficialmente no final de 1965 com a vacina para a poliomielite. A esta seriam acrescentadas, em 1966, a tosse convulsa, a difteria, o tétano e a varíola. O sarampo foi adicionado em 1974 e a rubéola e a parotidite em 1987. Seguiu-se o Haemophilus influenza b e a hepatite B em 2000 e, mais recentemente, em 2006, o PNV recebeu a vacina conjugada contra o Meningococo C e, em 2008, a vacina contra o HPV.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave doença