Louçã quer saber o que foi o primeiro-ministro fazer na visita à E.On, Passos nega
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DATA: 2011-12-16
SUMÁRIO: Francisco Louçã lançou a pergunta directa a Passos Coelho: “O que foi fazer à sede da E.On, agora candidata à privatização da EDP?” Mas ficou sem resposta. O chefe de Governo não dispunha de tempo para responder ao líder do Bloco de Esquerda, mas também abdicou de o fazer mais tarde.
TEXTO: Louçã lançou o tema da privatização da EDP no debate quinzenal já depois de ter sublinhado que o Governo tinha aumentado a electricidade por duas vezes: “17% de uma vez este ano e mais 4% a partir de Janeiro”. A seguir frisou que a privatização portuguesa da EDP representa “a sua nacionalização chinesa, brasileira ou alemã”. Mas foi a questão sobre o que significou a visita, na semana passada, à empresa alemã candidata à privatização que soou a suspeita: “Disse o Financial Times que foi lá a mando da senhora Merkel”, disse Louçã. Durante algum tempo pensou-se que Passos Coelho iria deixar a provocação esfumar-se, sem resposta. Mas o primeiro-ministro acabou por responder ao líder bloquista mais tarde, aproveitando o tempo que tinha para as respostas ao deputado centrista Nuno Magalhães. "Nunca visitei a sede da E. On, nunca me desloquei à sede da E. On", vincou Passos Coelho, para contar que quando esteve de visita ao Governo alemão, "o presidente da E. On pediu para ser recebido por mim, numa audiência pública, que teve a presença da comunicação social". Nesse encontro, o presidente da E. On disse a Passos Coelho que queria "manifestar o interesse da empresa na privatização da EDP. Nada mais. ""Desde que foi espoletada a operação da privatização, nunca tive nem terei qualquer contacto com qualquer das empresas concorrentes à privatização da EDP", garantiu o chefe do executivo, dizendo aguardar pelos pareceres que estão a ser elaborados pela equipa técnica para em Conselho de Ministros decidir. "Não há nada mais transparente do que isto", fez questão de rematar. Bloco exige referendoSobre a questão do défice, Francisco Louçã defendeu que a limitação, na Constituição, do nível de endividamento deve ser sujeita a referendo enquanto o Governo considera essa diligência desnecessária. Louçã criticou as conclusões do último Conselho Europeu que "entrou a 27 [Estados-membros], saiu a 23 e continua governada por 1, 5". E quis saber como vai aplicar na prática a medida de um limite de défice de 0, 5% que quer inscrever na Constituição. "Com que fundos de pensões que vai conseguir chegar a 0, 5%?", questionou, numa alusão à contribuição dos fundos de pensões da banca usados este ano para conseguir manter o défice dentro do limite permitido por Bruxelas. "O Governo quer passar do défice actual ou do do próximo ano para aquilo que propõe que seja a regra definitiva. Isso significaria acabar com todo o Ministério da Saúde, despedir 120 mil médicos e enfermeiros, fechar todos os centros de saúde. É um corte de mais 8, 5 mil milhões de euros", dramatizou o líder bloquista. "O Governo quer mudar para todo o sempre a Constituição e diz que os portugueses não devem pronunciar-se sobre como vai ser a sua economia", rematou. Em resposta, Pedro Passos Coelho, negou que a solução passe "magicamente pela Constituição e vincou que "nunca" disse isso. Defendeu ainda que se a solução não for directamente através da Constituição, então terá que ser por uma lei paraconstitucional - que tenha o mesmo valor que uma alteração ao texto da lei fundamental.
REFERÊNCIAS: