PSD repudia palavras de Alegre e defende primeiro-ministro
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 9 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-21
SUMÁRIO: O líder parlamentar do PSD manifestou hoje repúdio pelas palavras do socialista Manuel Alegre segundo as quais o Governo sugeriu a emigração como nunca se viu no salazarismo e pode perder as condições para continuar em funções.
TEXTO: Falando aos jornalistas, no Parlamento, Luís Montenegro considerou que “há uma completa desproporcionalidade” entre o que disse Manuel Alegre e as declarações feitas pelo primeiro-ministro sobre emigração que, defendeu, “tem falado ao país numa base de verdade”. O líder parlamentar do PSD alegou ainda que algumas declarações do primeiro-ministro feitas em entrevistas “foram descontextualizadas e foram interpretadas com um sentido contrário”, acrescentando: “Portanto, nada pode servir aqui de justificação para uma afirmação da gravidade como aquela que foi proferida por Manuel Alegre”. Numa declaração à Antena 1, na sequência de uma entrevista do primeiro-ministro ao Correio da Manhã, Manuel Alegre acusou o Governo de estar a fazer um discurso sobre emigração “nunca visto” e de não estar “à altura da sua responsabilidade histórica”, concluindo: “Se continua por aqui, temos um problema muito sério, este Governo não pode continuar à frente dos destinos de Portugal”. Manuel Alegre disse que “nem mesmo nos piores momentos do salazarismo, quando havia vagas de emigração de milhares e milhares de portugueses, se ouviu um único governante dizer que os portugueses se deviam ir embora”. Luís Montenegro quis reagir a estas palavras de Manuel Alegre, para as “lamentar e repudiar”, afirmando que “revelam um desrespeito grande pelos portugueses, pela vontade política expressa livremente em eleições por parte do povo português” e que, “para quem se apresenta ao país sempre com grande respeito pelos valores democráticos”, são “de uma gravidade extrema”. O líder da bancada social-democrata referiu-se ao antigo candidato presidencial como “cúmplice de toda a governação do PS” que levou o país a “uma situação de emergência” à qual o actual Governo PSD/CDS-PP procura agora “acudir”, tendo sido “eleito” com esse propósito. “São declarações como esta que tentam desmotivar os portugueses. Não o fazem relativamente a esta maioria parlamentar e ao Governo, seguramente. Nós continuaremos empenhados em, com verdade, com serenidade, não escondendo dos portugueses a dimensão dos desafios que temos pela frente, podermos reerguer Portugal”, completou. No domingo, o Correio da Manhã divulgou parte de uma entrevista com o primeiro-ministro em que este apontou a emigração como uma opção para os professores sem colocação em Portugal: “Angola, mas não só Angola, o Brasil também tem uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário de mão-de-obra qualificada e de professores. Nós vemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos”. Nesta entrevista, Passos Coelho referiu que o país está “com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”.
REFERÊNCIAS: