Wati sobreviveu ao tsunami e voltou para casa sete anos depois
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2011-12-24
SUMÁRIO: Wati tinha sete anos quando o tsunami que devastou a região onde morava na província indonésia de Aceh a separou da família. Lembrava-se do nome da vila, Meulaboh, e do avô, Ibrahim, e isso chegou para voltar a reencontrar a mãe, sete anos depois.
TEXTO: O que aconteceu naquele dia foi uma catástrofe de que Wati só guarda memórias dispersas. Era 26 de Dezembro, 2004, um tsunami causado por um terramoto de 9, 1 na escala de Richter espalhou a destruição e a morte em vários países da região, mais de 230 mil pessoas perderam a vida e a província indonésia de Aceh foi das mais afectadas. Wati – foi assim que lhe chamou a mulher que acabou por “adoptá-la” – lembra-se do pai a colocá-la num barco, a ela e à irmã, que nunca mais apareceu. E não voltou a saber nada da família, até agora. Na verdade, Wati não é Wati. O seu verdadeiro nome é Meri Yuranda, foi assim que a família lhe chamou até lhe perder o rasto. O que aconteceu naquele dia não sabe bem, ela lembra-se de um barco, o pai diz que a deixou, e ela e à irmã, no telhado da casa onde viviam, conta a Associated Press. Hoje Yuranda é uma adolescente de 14 anos, lembra-se bem do que aconteceu depois do tsunami. O seu pai, Tarmius, contou à AFP que ela foi retida por uma mulher que tomou conta dela e a obrigou a pedir nas ruas, muitas vezes até de madrugada. Yuranda acabou por deixar de levar dinheiro para casa e decidiu fugir. Quando o fez, foi p’ara finalmente procurar os pais. Passados tantos anos, tinha duas certezas: vivia em Meulaboh e o avô chamava-se Ibrahim. E foi com estas duas informações que apareceu esta semana num café da localidade onde nascera. Ibrahim será um nome comum naquela região, mas no café não desistiram e acabaram por encontrar um homem que deveria ser o seu avô. Este teve dúvidas, contou a Associated Press, mas para as desfazer chamou os prováveis pais. Foi então que Yusniar binti Ibrahim Nur, de 35 anos, foi ao encontro dela e disse nem precisar de testes de ADN para saber que aquela rapariga era sua filha. “Ela é a cara do pai”. Uma cicatriz junto ao olho e um sinal de nascença na coxa terá posto fim às dúvidas que restavam. “Quando vi a minha mãe soube que era ela, soube logo”, contou Yuranda. Ela fazia parte de uma longa lista de desaparecidos, muitas vezes terá duvidado que pudesse voltar a dormir sob o olhar atento da mãe, de pijama bege, envolta num cobertor. Mas foi isso que acabou por acontecer. Um taxista ajudou-a a voltar para casa e a procurar um homem chamado Ibrahim que tivesse perdido uma neta. “Não consigo dizer o quanto estou grata”, disse Yusniar. Na longa lista de desaparecidos está ainda o nome da outra filha que não conseguiu salvar. Notícia corrigida às 16h47. A data do tsunami estava errada, este ocorreu em 2004
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte filha mulher homem adolescente rapariga