Governo britânico vai rever risco de implantes mamários
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DATA: 2012-01-01
SUMÁRIO: O Governo britânico anunciou neste sábado que vai rever o risco dos implantes mamários feitos pela empresa francesa Poly Implant Proteheses (PIP), depois de receber novos dados que podem contradizer o que já se conhece sobre os riscos associados aos materiais desta marca.
TEXTO: Os implantes mamários PIP têm sido noticia por razões negativas. Depois de se descobrir que eram fabricados com silicone industrial, que não preenchia os requisitos como material de cirurgia estética humana, verificou-se que este material tem mais tendência de se romper. Segundo dados franceses, cerca de 5% dos implantes rompem-se. Os implantes das outras marcas têm 1% de probabilidade de rebentar. O Governo francês já se ofereceu para fazer a remoção – ou a substituição, nos casos em que os implantes foram colocados devido a cirurgias de reconstrução –, às 30. 000 mulheres com implantes PIP, “a título preventivo e sem carácter de urgência”. Esta operação vai custar 60 milhões de euros, adianta a agência noticiosa AFP. No Reino Unido, até hoje, o Ministério da Saúde tinha garantido que a percentagem de rompimentos se mantinha nos 1% e que não havia razão para alarme, recomendando às pessoas com implantes que se dirigissem aos cirurgiões responsáveis pelas operações, caso sentissem preocupação. Mas neste sábado o caso mudou de figura. “Para já temos provas vindas de todo o mundo que sugerem que as mulheres não se devem preocupar e que não têm sido reportados níveis anormais de problemas com estes implantes”, disse Andrew Lansley, ministro da Saúde britânico, citado pelos media do Reino Unido. “No entanto, recebemos ontem dados de uma organização que não tinham sido considerados e comunicados à MHRA (sigla britânica para a agência reguladora dos produtos de saúde). ”“A validade desta informação continua a necessitar de um estudo e de uma avaliação completa, por isso pedi ao professor Bruce Keogh para liderar uma investigação urgente para que possamos compreender o que aconteceu e verificar se necessitamos de melhorar o regime regulador”, disse. O ministro garantiu que a prioridade é ter a melhor informação o mais rápido possível para as mulheres que realizaram a cirurgia com este implante. No Reino Unido há 40. 000 mulheres que colocaram implantes PIP, das quais 95 por cento fizeram-no sector privado. Algumas delas escreveram à BBC News mostrando a sua preocupação e explicando que não conseguiam pedir ajuda aos cirurgiões que realizaram a operação. Brasil cancela registo de implantes PIPA empresa PIP arrancou em 1991 e entrou em falência desde 2010. Nos últimos 12 anos, vendeu ao todo 300. 000 implantes a 65 países. Há uma semana, ficou-se a saber que em 2000 a agência norte-americana que controla os alimentos e os químicos (FDA), avisou que o material dos implantes da PIP eram “adulterados” e não passavam nos requerimentos médicos. Na França, 2500 pessoas processaram a companhia por terem tido problemas com os implantes. Nove mulheres que colocaram implantes PIP descobriram ter uma forma rara de cancro, embora as autoridades francesas tenham dito que as duas circunstâncias não têm que estar relacionadas. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quinta-feira que irá suspender o registo de próteses mamárias PIP. “A Anvisa também vai determinar o recolhimento das próteses que ainda estão sob a guarda do importador brasileiro”, disse a agência em comunicado, citada pela Reuters. Na Venezuela, a ministra da Saúde disse nesta semana que as mulheres que receberam este implante poderão pedir exames nos hospitais públicos e poderão remover gratuitamente a silicone, caso o desejem. Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) também aconselhou as mulheres portuguesas “a consultarem o cirurgião ou médico assistente na unidade onde lhes foi colocado o implante a fim de poderem ser submetidas a exames de vigilância”. A DGS estima que existam entre 1500 e 2000 portuguesas com este implante, o que representa cerca de 3% das cirurgias de implantes mamários nacionais.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda estudo mulheres alimentos