António José Seguro condena Governo por ter “clientelas” dos partidos na EDP
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DATA: 2012-01-09
SUMÁRIO: Foi com palavras duras que o secretário-geral do PS condenou neste domingo a indicação dos novos nomes para os órgãos sociais da EDP, dizendo tratar-se de uma demonstração da “apropriação por parte das clientelas dos partidos do Governo”.
TEXTO: António José Seguro reagia assim às propostas de figuras para o conselho geral e de supervisão da empresa como Eduardo Catroga, Braga de Macedo, dois antigos ministros do PSD, e Celeste Cardona, antiga ministra e actual conselheira nacional do CDS. “É um mau sinal”, disse o líder dos socialistas, em Braga, lembrando que tem falado na necessidade de “transparência” na política. Defendendo que deve existir uma “fronteira entre a política e os negócios”, António José Seguro considera que “é preciso pôr travão” a este tipo de situações. E lembrou que foi o próprio Passos Coelho que em campanha eleitoral prometeu acabar com as nomeações políticas, “mais uma promessa que ficou por cumprir”. O secretário-geral do PS não se quis referir aos nomes em concreto, mas afirmou ser “evidente a identificação com os dois partidos do Governo”. Surpreendido com as propostas dos accionistas, Seguro referiu que a operação de privatização da EDP “até estava a correr bem”, segundo os dados de que dispunha. mas agora esse processo “aparentemente está associado a um processo de contrapartidas que passa pela governamentalização e partidarização deste conselho da EDP”. As alterações no conselho geral de supervisão na EDP, que serão votadas numa assembleia-geral marcada para o próximo mês, acontecem na sequência da privatização de 21, 5 % do capital. A compradora, a chinesa Three Gorges, assumirá a vice-presidência do conselho geral e de supervisão. Na lista proposta pelos accionistas para este órgão, consta também o nome do empresário Ilídio Pinho e de Paulo Teixeira Pinto, outro antigo ministro de um Governo de Cavaco Silva. A substituição de António de Almeida por Eduardo Catroga na liderança do conselho geral e de supervisão também motivou críticas por parte do Bloco de Esquerda. A deputada Catarina Martins considera que esta nomeação “é mais um exemplo da absoluta má fé das promessas eleitorais de Passos Coelho”.
REFERÊNCIAS: